Custódio deixa o comando técnico do Sp. Braga
Decisão foi comunicada nesta quarta-feira, através de um comunicado assinado pelo presidente do clube, em que retira a confiança ao Conselho de Arbitragem.
Custódio Castro já não é treinador do Sp. Braga. A decisão foi comunicada nesta quarta-feira pelo presidente do clube, António Salvador, num longo comunicado em que dirige fortes críticas ao Conselho de Arbitragem e explica que foi o próprio técnico dos minhotos a pedir para abandonar o cargo. Uma “posição inamovível”, sublinha.
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Custódio Castro já não é treinador do Sp. Braga. A decisão foi comunicada nesta quarta-feira pelo presidente do clube, António Salvador, num longo comunicado em que dirige fortes críticas ao Conselho de Arbitragem e explica que foi o próprio técnico dos minhotos a pedir para abandonar o cargo. Uma “posição inamovível”, sublinha.
O rastilho para este desfecho foi a derrota registada em Vila do Conde, na noite de terça-feira, frente ao Rio Ave (4-3). António Salvador entende que a prestação da equipa de arbitragem não esteve à altura das exigências da partida e insiste que o clube tem sido reiteradamente prejudicado ao longo da temporada. Por essa razão, decidiu quebrar o “pacto de silêncio” sobre o sector a que se tinha comprometido.
“A teoria de que o erro é potenciado pelo alvoroço que se cria em torno dos árbitros seria facilmente analisável ao longo destas jornadas e ainda mais no tempo que vivemos, sem qualquer pressão adicional das bancadas e com ferramentas tecnológicas que tornam as falhas inaceitáveis. Ou seja, se num contexto quase laboratorial os erros persistem, então a conclusão a retirar só pode ser uma: o quadro de árbitros é fraco e o Conselho de Arbitragem é conivente com esta falência, permitindo que de forma reiterada se adulterem resultados e classificações”, escreve o presidente do emblema bracarense.
Sublinhando que “o sector da arbitragem vive uma crise de competência profunda” e que o Sp. Braga carrega “o estatuto de equipa mais prejudicada da Liga", Salvador defende que, “perante o actual contexto e o absoluto descrédito” do Conselho de Arbitragem, “resta anunciar a retirada de confiança a José Fontelas Gomes”, presidente do órgão que faz parte da estrutura da Federação Portuguesa de Futebol.
“Os erros não têm consequências para os árbitros nem para quem os lidera, mas têm consequências para as equipas, para os dirigentes, para os treinadores, para os jogadores e para os sócios e adeptos. A frustração sentida pelo clube e pelos seus responsáveis contribui para um clima de grande adversidade e favoreceu a decisão comunicada por Custódio Castro de deixar o comando técnico da equipa do SC Braga. Esta posição inamovível do nosso treinador coloca um desafio acrescido ao clube para a fase final da temporada, mas é reflexo de um ambiente de contrariedade que em grande parte é provocado por erros externos que não são admissíveis nem desculpáveis”, conclui.
Depois de ter assumido a equipa principal no dia 5 de Março, pouco antes da paragem competitiva imposta pela pandemia de covid-19, Custódio Castro abandona o cargo de treinador do Sp. Braga apenas com seis jogos disputados, que resultaram em duas vitórias, três derrotas e um empate.
O técnico de 37 anos tinha sido promovido pela direcção do Sp. Braga para colmatar a saída de Rúben Amorim para o Sporting e foi o terceiro treinador dos minhotos na presente temporada, que começou com Ricardo Sá Pinto aos comandos. Custódio deixa a equipa no quarto lugar, a dois pontos do terceiro - uma desvantagem que poderá subir para cinco pontos caso o Sporting vença, nesta quarta-feira, o Gil Vicente.