Desde que se enredou nas palavras de Hélia Correia em Um Bailarino na Batalha (2018), o encenador Miguel Jesus soube que teria de levar aquele texto para o teatro, em concreto para o teatro de intensa sugestão simbólica e poética do grupo O Bando. Aqueles corpos “pesados como pedras, no entanto velozes como pedras”, pertencentes aos “últimos errantes”, conforme escreve a autora, caminhando e embatendo uns nos outros “na coreografia da matilha”, começaram a rogar-lhe uma vida para além das páginas do romance. Miguel Jesus acabou por arquivar essa ideia nos projectos futuros, para daqui a dois ou três anos, não só porque não queria ultrapassar uma mão-cheia de propostas anteriores como lhe interessava escavar um fosso maior entre esta abordagem ao universo literário de Hélia Correia e aquela que dirigira em 2017, na adaptação de Adoecer.
Opinião
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