Bernardine Evaristo vence British Book Awards, livro chega a Portugal em Setembro
A Elsinore é a editora que vai publicar em Portugal o romance de Bernardine Evaristo, com o título Rapariga, Mulher, Outra.
A autora Bernardine Evaristo, “autora do ano” nos British Book Awards, candidata ao Women"s Prize for Fiction e vencedora do Booker Prize, chega ao mercado editorial português no dia 7 de Setembro, com o premiado romance Girl Woman Other.
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A autora Bernardine Evaristo, “autora do ano” nos British Book Awards, candidata ao Women"s Prize for Fiction e vencedora do Booker Prize, chega ao mercado editorial português no dia 7 de Setembro, com o premiado romance Girl Woman Other.
A escritora britânica Bernardine Evaristo venceu na segunda-feira o prémio “autora do ano” nos British Book Awards, tendo vencido também na categoria “Livro do Ano de Ficção”, com Girl Woman Other.
Deste modo, Bernardine Evaristo tornou-se a primeira mulher negra a vencer o mais conceituado prémio literário britânico, feito igualado pela também escritora negra britânica Candice Carty-Williams, que venceu o mesmo prémio, na categoria “Livro do ano”, com Queenie.
No ano passado, Bernardine Evaristo, que é uma das principais activistas da inclusão no mundo literário no que toca à cultura africana, já tinha entrado para a história como a primeira mulher negra a ganhar o Prémio Booker (galardão que venceu ex-aequo com a canadiana Margaret Atwood).
A Elsinore, editora que vai publicar em Portugal o romance de Bernardine Evaristo, com o título Rapariga, Mulher, Outra, recebeu com “muita satisfação” a notícia da premiação da autora, que está ainda entre as finalistas ao Women"s Prize for Fiction, precisamente com a mesma obra.
“Bernardine é a primeira autora negra a vencer este prémio, facto que está a ser realçado na imprensa, fruto de um dos temas que domina a atualidade: #blacklifematters”, destaca a editora, pertencente ao grupo 2020.
Reagindo ao prémio, Bernardine Evaristo reconheceu como “este é um momento tão interessante” na história cultural, “porque o movimento Black Lives Matter gerou uma quantidade sem precedentes de auto-interrogações na indústria editorial”.
“Eu já estava a adaptar-me a ver o meu nome na lista dos mais vendidos ao longo de 20 semanas, fora e dentro, mas, depois, alcançar o topo e, a seguir, aperceber-me de que fui a primeira mulher de cor a chegar lá, desde o início dos registos, bem, é muito para assimilar”, afirmou.
Assinalando que já escreve há muito tempo, a escritora confessou que “é incrivelmente gratificante” saber que o seu trabalho “está finalmente a atingir um público leitor mais vasto”.
“É fantástico, também, ver tantos outros livros de escritores de cor invadirem as tabelas. Tenho quase a certeza de que é um fenómeno sem precedentes. É claro que foi desencadeado pela tragédia da morte de George Floyd, e devemos sempre lembrar-nos disso”, frisou.
Rapariga, Mulher, Outra é um livro sobre histórias de vida entrecruzadas de 12 mulheres negras dos séculos XX e XXI, a maioria a viver no Reino Unido, que compõem um retrato realista da sociedade britânica contemporânea.
“Romance brilhantemente escrito, que repensa as questões de identidade étnica, de género e de classe, com o pano de fundo do colonialismo e da diáspora africana de língua inglesa”, refere a Elsinore, sublinhando a “força narrativa” e o “estilo cativante”, que compõem um “empolgante mosaico de história de vida”.
Bernardine Evaristo, filha de mãe inglesa e pai nigeriano, nasceu em Inglaterra, em 1959, e cresceu no sul de Londres.
Autora de oito obras de ficção, ensina escrita criativa na Brunel University London, e é membro da Royal Society of Literature, bem como da Royal Society of Arts.