O novo Miguel Gomes poderá ser um dos “filmes depois de amanhã” de Locarno

Selvajaria é um de 20 filmes interrompidos pela pandemia de covid-19 candidatos a uma bolsa de produção do festival suíço, a par de filmes de Lucrecia Martel e Wang Bing e três outras co-produções portuguesas

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Miguel Gomes é um dos candidatos ao prémio com "Selvajaria" cortesia Festival Locarno

O festival de Locarno não terá lugar fisicamente em 2020, mas continua a trabalhar em força e acaba de anunciar os 20 projectos seleccionados para uma nova secção, The Films After Tomorrow — “os filmes de depois de amanhã” —, que irá atribuir duas bolsas financeiras, no valor de 70 mil franços suíços cada (65 mil euros), a projectos cuja produção foi interrompida pela pandemia de covid-19. Os vencedores serão anunciados a 15 de Agosto. 

Miguel Gomes é um dos candidatos ao prémio com Selvajaria, a sua muito aguardada adaptação de Os Sertões de Euclides da Cunha. Esta produção O Som e a Fúria, que deveria ter iniciado rodagem este ano, está entre os dez títulos internacionais que concorrem a uma das bolsas, a par dos novos filmes da argentina Lucrecia Martel (Chocobar), do chinês Wang Bing (I Come from Ikotun) ou da brasileira Juliana Rojas (Cidade; Campo). 

Entre os dez títulos encontram-se duas outras co-produções portuguesas: Eureka, do mexicano Lisandro Alonso, e When the Waves Are Gone,do filipino Lav Diaz — ambas com a participação da Rosa Filmes de Joaquim Sapinho. O avanço da pandemia veio interromper ambas as rodagens.

A segunda bolsa de financiamento, destinada a produções de parte maioritária suíça, com outros dez concorrentes, inclui uma outra co-produção portuguesa: Far West do documentarista Pierre-François Sauter (vencedor do Doclisboa em 2016 com Calabria), co-produção da Terratreme Filmes rodada em Cabo Verde. 

Segundo depoimento da directora artística, Lili Hinstin, os 20 projectos falam à “vasta gama de problemas encontradas por produções independentes em regiões muito diferentes do mundo”. A secção nasceu da necessidade de “encontrar modos alternativos” para manter em funcionamento a “ponte” entre filmes, indústria e audiência, “num ano cheio de dificuldades para o cinema e para o negócio do cinema por todo o mundo”. 

Os dossiers dos projectos seleccionados estarão acessíveis de 5 a 15 de Agosto no site oficial do festival, www.locarnofestival.ch, período durante o qual alguns dos realizadores darão master classes abertas ao público online e que culminará com o anúncio oficial dos projectos vencedores.
 

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O festival de Locarno não terá lugar fisicamente em 2020, mas continua a trabalhar em força e acaba de anunciar os 20 projectos seleccionados para uma nova secção, The Films After Tomorrow — “os filmes de depois de amanhã” —, que irá atribuir duas bolsas financeiras, no valor de 70 mil franços suíços cada (65 mil euros), a projectos cuja produção foi interrompida pela pandemia de covid-19. Os vencedores serão anunciados a 15 de Agosto. 

Miguel Gomes é um dos candidatos ao prémio com Selvajaria, a sua muito aguardada adaptação de Os Sertões de Euclides da Cunha. Esta produção O Som e a Fúria, que deveria ter iniciado rodagem este ano, está entre os dez títulos internacionais que concorrem a uma das bolsas, a par dos novos filmes da argentina Lucrecia Martel (Chocobar), do chinês Wang Bing (I Come from Ikotun) ou da brasileira Juliana Rojas (Cidade; Campo). 

Entre os dez títulos encontram-se duas outras co-produções portuguesas: Eureka, do mexicano Lisandro Alonso, e When the Waves Are Gone,do filipino Lav Diaz — ambas com a participação da Rosa Filmes de Joaquim Sapinho. O avanço da pandemia veio interromper ambas as rodagens.

A segunda bolsa de financiamento, destinada a produções de parte maioritária suíça, com outros dez concorrentes, inclui uma outra co-produção portuguesa: Far West do documentarista Pierre-François Sauter (vencedor do Doclisboa em 2016 com Calabria), co-produção da Terratreme Filmes rodada em Cabo Verde. 

Segundo depoimento da directora artística, Lili Hinstin, os 20 projectos falam à “vasta gama de problemas encontradas por produções independentes em regiões muito diferentes do mundo”. A secção nasceu da necessidade de “encontrar modos alternativos” para manter em funcionamento a “ponte” entre filmes, indústria e audiência, “num ano cheio de dificuldades para o cinema e para o negócio do cinema por todo o mundo”. 

Os dossiers dos projectos seleccionados estarão acessíveis de 5 a 15 de Agosto no site oficial do festival, www.locarnofestival.ch, período durante o qual alguns dos realizadores darão master classes abertas ao público online e que culminará com o anúncio oficial dos projectos vencedores.