República Democrática do Congo anuncia fim do surto de ébola no Leste do país

Ao mesmo tempo que se declara o fim do surto de ébola no Leste da República Democrática do Congo, continua-se a combater outro no lado Oeste do país.

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Profissional de saúde administra uma vacina para o vírus do ébola Baz Ratner/Reuters

Quase dois anos e mais de 2200 mortes depois o surto de ébola no Leste da República Democrática do Congo terminou, anunciou esta quinta-feira o ministro da Saúde do país e a Organização Mundial da Saúde (OMS). Este surto de ébola é considerado o segundo maior de que há registo. Mesmo assim, no outro lado do país há um outro surto de ébola ainda activo.

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Quase dois anos e mais de 2200 mortes depois o surto de ébola no Leste da República Democrática do Congo terminou, anunciou esta quinta-feira o ministro da Saúde do país e a Organização Mundial da Saúde (OMS). Este surto de ébola é considerado o segundo maior de que há registo. Mesmo assim, no outro lado do país há um outro surto de ébola ainda activo.

Apesar de vacinas e medicamentos que aumentaram drasticamente a taxa de sobrevivência, este surto arrastou-se devido a outro problema: a luta pelo acesso a pontos críticos da infecção no Leste do país. No Leste da República Democrática do Congo, alguns líderes e habitantes locais suspeitavam da resposta das autoridades de saúde, porque, entre outras razões, acreditavam que o vírus do ébola não existia. Os centros de tratamentos eram atacados por milícias que actuavam na fronteira da República Democrática do Congo com o Uganda e o Ruanda, bem como por habitantes furiosos.

“Comparado com os surtos anteriores, este último foi mais longo, o mais complexo e mortal”, afirmou aos jornalistas Eteni Longondo, ministro da Saúde da República Democrática do Congo. Até agora, o país já teve 11 surtos de ébola desde que o vírus foi descoberto perto do rio Ébola em 1976. As suas florestas equatoriais são um reservatório natural do vírus, que causa vómitos, diarreia e hemorragias e se transmite através do contacto com fluidos corporais. Este surto no Leste do país foi declarado a 1 de Agosto de 2018, teve 3463 casos confirmados e prováveis, bem como 2277 mortes.

“Não foi fácil e, por vezes, parecia mesmo uma missão impossível”, disse Matshidiso Moeti, directora regional da OMS para África. Em comunicado, a OMS também congratulou todos os envolvidos no combate a este surto e apelou à continuidade da vigilância para que se evitem futuros surtos.

“O surto tirou muito a todos nós, sobretudo às pessoas da República Democrática do Congo, mas também nos trouxe lições e ferramentas valiosas. O mundo está agora melhor equipado para responder ao ébola. Uma vacina foi autorizada e tratamentos eficazes foram identificados”, refere no comunicado Tedros Adhanom Ghebreyesus, director-geral da OMS. “Devemos celebrar este momento, mas também temos de resistir sem complacência. Os vírus não tiram folga. Ultimamente, a melhor defesa contra qualquer surto tem sido o investimento em sistemas de saúde fortes.”

Ao mesmo tempo que as autoridades de saúde estão a celebrar o fim de um surto de ébola, enfrentam outro (que não está relacionada com este) a mais de 1000 quilómetros, na cidade de Mbandaka, no Oeste do país. Este novo surto foi declarado a 1 de Junho e já se contabilizam 24 casos e 13 mortes.

Eteni Longondo adiantou que espera que a resposta ao novo surto seja mais fácil, porque esta é uma zona mais estável do país e um surto que aí ocorreu em 2018 foi controlado de forma rápida.

O maior surto de ébola de que se tem registo aconteceu na África Ocidental entre 2013 e 2016. Vitimizou 11.300 pessoas, sobretudo na Guiné -Conacri, Libéria e Serra Leoa.