Estudo austríaco revela que 42% da população analisada tem anticorpos contra o novo coronavírus

Milhares de pessoas ficaram infectadas pelo novo coronavírus na cidade de Ischgl, onde se registou o maior surto de covid-19 na Áustria.

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WIKI COMMONS Ischgl, Áustria

Um estudo realizado pela Universidade de Innsbruck revelou que 42,4% dos habitantes da cidade de Ischgl, o local onde se registou o maior surto de covid-19 na Áustria, que participaram na investigação têm anticorpos contra o novo coronavírus — a mais alta taxa de anticorpos já registada —, anunciou esta quinta-feira a universidade.

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Um estudo realizado pela Universidade de Innsbruck revelou que 42,4% dos habitantes da cidade de Ischgl, o local onde se registou o maior surto de covid-19 na Áustria, que participaram na investigação têm anticorpos contra o novo coronavírus — a mais alta taxa de anticorpos já registada —, anunciou esta quinta-feira a universidade.

Milhares de pessoas ficaram infectadas pelo novo coronavírus nesta cidade que acolhe uma estância de esqui e que se autodenomina a “Ibiza dos Alpes”, depois de o vírus ter encontrado terreno fértil em bares sobrelotados da região no início da epidemia na Áustria.

O primeiro caso positivo de infecção pelo novo coronavírus em Ischgl foi identificado a 7 de Março, depois de a Islândia ter alertado as autoridades austríacas para o facto de vários cidadãos terem alegadamente ficado infectados depois de regressarem da estância de esqui, revela a agência Reuters. Uma semana depois, a região entrou em quarentena, mas os turistas foram autorizados a regressar aos seus países — o que fez com que o vírus se espalhasse pela Europa.

“A seroprevalência dos participantes do estudo de Ischgl é de 42,4%”, afirmou a directora do Instituto de Virologia da Universidade de Medicina de Innsbruck, Dorothee von Laer, que liderou o estudo. “Estamos a lidar em Ischgl com a mais alta seroprevalência alguma vez provada num estudo”, acrescentou em comunicado divulgado pela universidade, sublinhando que, embora não haja imunidade de grupo, “a população de Ischgl deverá estar, em grande parte, protegida” do vírus.

Outros estudos encontraram taxas de anticorpos de 10% (em Genebra) e de 27% (em Val Gardena, Itália), refere o comunicado da universidade.

Os investigadores realizaram testes de anticorpos e testes baseados na técnica de PCR, que detecta material genético do próprio vírus, em 1473 pessoas (o que corresponde a cerca de 79% dos habitantes de Ischgl) entre 21 e 27 de Abril. Apenas 15% das pessoas que revelaram ter anticorpos tinham realizado testes positivos para covid-19.

Apesar deste surto, a Áustria tem uma das menores taxas de infecção pelo novo coronavírus da Europa Ocidental, tendo fechado o país e introduzido medidas de confinamento a meio de Março. Até ao momento, a Áustria regista 17.477 casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus e 698 óbitos, de acordo com os dados divulgados pela Universidade Johns Hopkins.