“Parada da Vitória”
A Ucrânia permanece fiel às tradições e princípios do antifascismo, como tem sido evidenciado, em particular, pela sua escolha por um caminho de desenvolvimento democrático e europeu. A Rússia, escondida por detrás da retórica antifascista, está essencialmente na frente de uma política neofascista agressiva na Europa.
Na semana passada, a União Europeia prorrogou por um ano as sanções impostas à Rússia pela ocupação ilegal da Crimeia e aprovou a renovação, por mais seis meses, das sanções económicas à Rússia devido à sua agressão militar no leste da Ucrânia.
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Na semana passada, a União Europeia prorrogou por um ano as sanções impostas à Rússia pela ocupação ilegal da Crimeia e aprovou a renovação, por mais seis meses, das sanções económicas à Rússia devido à sua agressão militar no leste da Ucrânia.
As referidas decisões da União Europeia demonstram, mais uma vez, a unidade europeia a respeito do apoio à soberania e integridade territorial da Ucrânia, bem como à importância de cumprir em pleno os Acordos de Minsk.
O Kremlin, por sua vez, responde à condenação e às sanções internacionais com uma guerra de propaganda e de desinformação contra o mundo democrático, cujo elemento principal é a retórica antifascista, através da qual a Rússia tenta criar uma cortina de fumo para encobrir a sua política agressiva, a sua guerra armada contra a Ucrânia e uma guerra híbrida contra a União Europeia e contra todo o mundo democrático.
Como é sabido, exactamente 75 anos depois de Estaline ter realizado uma “Parada da Vitória”, a Rússia organiza a sua réplica na Praça Vermelha em Moscovo.
Ao ter ocupado ilegalmente a Crimeia, em 2014, a Rússia foi a primeira nação após Hitler a tentar anexar território soberano de um Estado europeu, perdendo, assim, o seu direito moral de realizar eventos internacionais em comemoração da vitória sobre o nazismo.
É de recordar o facto bem comprovado de que a agressão armada da Rússia contra a Ucrânia teve início a 20 de Fevereiro de 2014, quando a Rússia ocupou uma parte do território ucraniano – a península da Crimeia.
Logo após a ocupação da Crimeia, a 12 de Abril de 2014, quando os mercenários liderados por oficiais dos serviços especiais da Federação Russa capturaram as cidades ucranianas de Slavyansk, Kramatorsk e Druzhkivka, iniciou-se a guerra russa no Donbas, que resultou na morte de mais de 14 mil cidadãos ucranianos.
Diversas e mais do que suficientes provas mostram que a guerra no leste da Ucrânia não é de todo uma guerra civil. Face a essas provas, a Rússia continua a tentar negar a sua participação directa no conflito, usando uma vasta série de ferramentas híbridas, incluindo a desinformação.
Em mais de seis anos de guerra no Donbas, a Rússia transformou o território ucraniano ocupado num campo de treino das suas forças armadas e de teste do seu armamento moderno. O mesmo se passa na Crimeia, onde se documentam, e cada vez mais se agravam, os casos de violação dos direitos humanos por parte do estado de ocupação, o qual recusa o acesso das equipas de monitorização internacionais ao território.
A Ucrânia permanece fiel às tradições e princípios do antifascismo, como tem sido evidenciado, em particular, pela sua escolha por um caminho de desenvolvimento democrático e europeu.
A Rússia, escondida por detrás da retórica antifascista, está essencialmente na frente de uma política neofascista agressiva na Europa.
Hoje, a Ucrânia é o único país da Europa que, de armas em punho, resiste à agressão militar do regime neofascista e neo-estalinista do Kremlin. A Ucrânia protege não apenas a sua independência e integridade territorial, mas também toda a Europa democrática e os seus valores civilizacionais.
Na situação actual, as unidades militares na “Parada da Vitória” na Praça Vermelha representam não só os soldados da Segunda Guerra Mundial, mas também as tropas russas regulares que ocuparam a Crimeia e o Donbas, os gangues de cossacos russos, os “voluntários” e “turistas” que mataram os habitantes do Donbas e roubaram as suas casas abandonadas, os artilheiros antiaéreos que abateram o voo MH17 da Malaysia Airlines, os mercenários do exército privado de Wagner que cometeram inúmeros crimes contra a humanidade na Síria e na Líbia enquanto cumpriam ordens do Kremlin, bem como os envenenadores profissionais dos serviços secretos russos e os milhares de sabotadores de vários tipos que conduzem a guerra híbrida em larga escala contra todo o mundo democrático, há muitos anos.