Alguns momentos de Benzinho trazem ao espírito aquele cinema italiano dos anos 50 e 60 que fazia “sociologia” com o cuidado de deixar essa palavra a uma distância higiénica, e filmava as agruras da classe média pouco abonada em casas pequenas povoadas por famílias grandes, e tudo era um corrupio e tudo era uma luta. Não conseguimos pensar em melhor elogio para se fazer ao filme de Gustavo Pizzi, que descobre um realismo fluido e mais do que convincente, nem miserabilista nem contaminado pela telenovela, e que se funciona como retrato de classe (é um filme de 2018, ano da eleição de Bolsonaro) o faz a partir de um caso preciso de estudo, obstinando-se em remover todos os sinais de, por assim dizer, sobrecarga semântica.
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Alguns momentos de Benzinho trazem ao espírito aquele cinema italiano dos anos 50 e 60 que fazia “sociologia” com o cuidado de deixar essa palavra a uma distância higiénica, e filmava as agruras da classe média pouco abonada em casas pequenas povoadas por famílias grandes, e tudo era um corrupio e tudo era uma luta. Não conseguimos pensar em melhor elogio para se fazer ao filme de Gustavo Pizzi, que descobre um realismo fluido e mais do que convincente, nem miserabilista nem contaminado pela telenovela, e que se funciona como retrato de classe (é um filme de 2018, ano da eleição de Bolsonaro) o faz a partir de um caso preciso de estudo, obstinando-se em remover todos os sinais de, por assim dizer, sobrecarga semântica.