Isto é Asimov, isto não são os anos 1970

Uma banda que, ancorada no rock e psidadelismo dos anos 1970, deixa que esse som se espalhe nas mais diversas direcções.

Foto
Asimov And The Hidden Circus extraem um todo harmonioso da matéria diversa a que deitam mão Pedro Roque

O segredo está no riff, ou melhor, na forma como o riff se mantém, cadenciado e colado à bateria, que não se desvia do caminho um milímetro que seja, até que a sequência de acordes se transforma em arma sensorial — à nossa volta, a toda a volta, som em movimento, padrões de cor a pulsar. O segredo está no riff, portanto. Ou melhor, está no violoncelo que se torna um com a massa eléctrica criada, afastando-se de forma vigorosa e elegante da posição de adereço — o violoncelo de Joana Guerra “é” o som que ouvimos em Flowers, tanto quanto os instrumentos clássicos do rock que o acompanham. O segredo, recapitulemos, está no riff e está no violoncelo feito arma rock’n’roll. Só que não: está na forma como em Flowers o peso Sabbathiano mergulha em profundezas folk ou como se pega no Santo Graal de tanto rock’n’roll feito de fuzz, distorção e passagens para o outro lado do espelho — falamos do imortal Rumble, de Link Wray — e se deixa que ele se espalhe nas mais diversas direcções, da deliciosa e espalhafatosa incandescência dos Blue Cheer à síntese psicadélico-tradicional do rock turco da década de 1970, do sci-fi feito canção psych-rock dos Hawkwind a visões dos Led Zeppelin na quinta de Bron Yr Aur, País de Gales, em que registaram parte do parcialmente acústico Led Zeppelin III.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O segredo está no riff, ou melhor, na forma como o riff se mantém, cadenciado e colado à bateria, que não se desvia do caminho um milímetro que seja, até que a sequência de acordes se transforma em arma sensorial — à nossa volta, a toda a volta, som em movimento, padrões de cor a pulsar. O segredo está no riff, portanto. Ou melhor, está no violoncelo que se torna um com a massa eléctrica criada, afastando-se de forma vigorosa e elegante da posição de adereço — o violoncelo de Joana Guerra “é” o som que ouvimos em Flowers, tanto quanto os instrumentos clássicos do rock que o acompanham. O segredo, recapitulemos, está no riff e está no violoncelo feito arma rock’n’roll. Só que não: está na forma como em Flowers o peso Sabbathiano mergulha em profundezas folk ou como se pega no Santo Graal de tanto rock’n’roll feito de fuzz, distorção e passagens para o outro lado do espelho — falamos do imortal Rumble, de Link Wray — e se deixa que ele se espalhe nas mais diversas direcções, da deliciosa e espalhafatosa incandescência dos Blue Cheer à síntese psicadélico-tradicional do rock turco da década de 1970, do sci-fi feito canção psych-rock dos Hawkwind a visões dos Led Zeppelin na quinta de Bron Yr Aur, País de Gales, em que registaram parte do parcialmente acústico Led Zeppelin III.