Supercomputador mais rápido do mundo está a estudar a covid-19

É a primeira vez em nove anos que uma máquina fora dos EUA ou da China chega ao topo da lista. Só vai estar completamente pronto em 2021, mas já está a ajudar investigadores a estudar o novo coronavírus.

Foto
O computador começou a ser desenvolvido em 2014 Fujitsu

O supercomputador mais rápido do mundo está a ser desenvolvido no Japão para aprender mais sobre a pandemia de covid-19. Foi esta segunda-feira que o Fugaku chegou ao topo da TOP500, a lista que monitoriza a evolução da capacidade de processamento de máquinas em todo o mundo desde a década de 1990 e destaca aquelas que são mais poderosas. É a primeira vez em nove anos que uma máquina fora dos EUA ou da China chega ao topo. 

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O supercomputador mais rápido do mundo está a ser desenvolvido no Japão para aprender mais sobre a pandemia de covid-19. Foi esta segunda-feira que o Fugaku chegou ao topo da TOP500, a lista que monitoriza a evolução da capacidade de processamento de máquinas em todo o mundo desde a década de 1990 e destaca aquelas que são mais poderosas. É a primeira vez em nove anos que uma máquina fora dos EUA ou da China chega ao topo. 

O Fugaku (japonês para Monte Fuji, em alusão à capacidade de processamento elevada) começou a ser desenvolvido há seis anos pela gigante japonesa Fujitsu em parceria com o instituto Riken, um laboratório de investigação apoiado pelo governo nipónico. Os processadores utilizados vêm da britânica ARM, com sede em Cambridge, Reino Unido, que foi comprada pela japonesa Softbank em 2016.

Embora o supercomputador apenas esteja completamente operacional em 2021, o Fugaku já está a ser utilizado em simulações sobre o modo de propagação, diagnóstico e tratamento da covid-19. Nos últimos meses, já foram realizados estudos sobre a difusão de gotículas respiratórias em ambiente de escritório e carruagens de comboio com janelas abertas.

No futuro, a equipa acredita que a máquina poderá ajudar a identificar os tratamentos mais eficazes para a covid-19, ao analisar e cruzar informação sobre os efeitos de centenas de medicamentos que estão a ser desenvolvidos para travar o vírus e tratar a doença. Com 150 mil unidades de processamento, o supercomputador será capaz de testar milhares de substâncias diferentes por semana.

“Espero que tecnologia de informação desenvolvida com o Fugaku contribua para avanços ao nível desafios sociais difíceis como a covid-19”, notou Satoshi Matsuoka, director do centro de ciência da computação de Riken, em comunicado.

Outras funções incluem simular os efeitos colaterais de explosões nucleares e os efeitos de alterações climáticas ou desastres ambientais como tsunamis e terramotos.

Ao todo, a equipa da Top500 diz que o Fugaku consegue realizar cerca de 415 quadriliões de cálculos por segundo (415 x 1015), o que torna quase três vezes mais poderoso que o computador da norte-americana IBM que destronou.

O terceiro lugar da tabela da TOP500 foi para outro computador da IBM, enquanto o quarto e quinto lugar foram para supercomputadores da China. Regra geral, apesar de sair do pódio, é a China que continua a dominar a lista do TOP500, com 226 máquinas na lista. Segue-se os EUA com 114 supercomputadores, o Japão com 30 e a França com 18.

Os supercomputadores não são os únicos a ajudar os investigadores a aprender mais sobre a covid-19. Desde Maio que a aplicação DreamLab, desenvolvida pela Fundação Vodafone, pode ser instalada para acelerar diferentes projectos e investigações na área da saúde, incluindo aumentar o conhecimento sobre a covid-19. A ideia é que cada telemóvel resolva pequenos cálculos e problemas de investigação enquanto está ligado à corrente. Além do projecto Corona-AI, desde 2015 que a aplicação serve para fazer avançar o conhecimento noutras áreas, incluindo a identificação de propriedades anticancerígenas em alimentos e medicamentos.