EUA negam que acordo comercial com China esteja “acabado”

Declarações iniciais de conselheiro comercial da Casa Branca tinham colocado mercados financeiros em queda. Donald Trump garante que acordo assinado entre os dois países está “totalmente intacto”.

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Reuters/Kevin Lamarque

Depois de as declarações de um alto responsável da Casa Branca terem lançado no ar, esta segunda-feira à noite, a ideia de que o acordo comercial assinado entre os EUA e a China no passado mês de Outubro estava em risco, Donald Trump fez questão de deixar claro que, apesar dos desentendimentos recentes entre Washington e Pequim, esse acordo inicial continua em vigor e não será terminado.

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Depois de as declarações de um alto responsável da Casa Branca terem lançado no ar, esta segunda-feira à noite, a ideia de que o acordo comercial assinado entre os EUA e a China no passado mês de Outubro estava em risco, Donald Trump fez questão de deixar claro que, apesar dos desentendimentos recentes entre Washington e Pequim, esse acordo inicial continua em vigor e não será terminado.

As dúvidas sobre o futuro do chamado acordo “fase um” com que os EUA e a China travaram a sequência de subidas de taxas alfandegárias que se vinha verificando nos meses anteriores surgiu quando Peter Navarro, o conselheiro da Casa Branca para o comércio internacional, afirmou, numa entrevista ao canal televisivo Fox News que o acordo comercial com a China estava “acabado”, explicando que “o momento de viragem” nas relações entre os dois países aconteceu no momento em que a Casa Branca se apercebeu que a delegação chinesa que se tinha deslocado a Washington não deu qualquer aviso sobre o contágio do coronavírus.

Num momento em que Donald Trump repete todos os dias acusações à China sobre o coronavírus e em que Pequim dá sinais de insatisfação relativamente ao tom das acusações que lhe são feitas, as declarações de Navarro tiveram um impacto negativo imediato nos mercados financeiros, nomeadamente nas bolsas asiáticas, que abriram a sua sessão com perdas.

Os investidores temeram que, com o acordo “fase um” colocado em causa, ficasse definitivamente aberta a porta para uma escalada do conflito comercial entre as duas potências, com medidas proteccionistas de lado a lado que poderiam piorar ainda mais a já débil conjuntura económica mundial.

Mas, pelos vistos, também dentro da Casa Branca, existe a preocupação de evitar um cenário desse tipo. Algumas horas depois da entrevista de Peter Navarro, tanto o presidente norte-americano como o próprio conselheiro da Casa Branca fizeram questão de garantir que o acordo “fase um” afinal está seguro. “As minhas declarações foram retiradas de contexto”, disse Peter Navarro, num comunicado em que explicou que quando disse que o acordo estava “acabado” não se referia ao acordo “fase um” assinado pelos dois países, que “continua em vigor”.

Donald Trump, através da sua conta no Twitter, reforçou ainda mais essa ideia, escrevendo que o acordo comercial assinado com a China está “totalmente intacto”. “Esperemos que eles continuem a cumprir os termos do acordo”, acrescentou.

O acordo “fase um” assinado pelos dois países foi a forma encontrada de travar os efeitos negativos que a sucessão de subidas de taxas alfandegárias estava a ter nas economias e nos mercados financeiros. O acordo define, por exemplo, que a China deve reforçar as compras de produtos agrícolas aos EUA, mas deixou de fora diversas das questões mais delicadas que as duas potências mundiais têm para resolver, deixando-as para futuros entendimentos, que agora parecem muito difíceis.