Covid-19: 63% dos casos registados na região de Lisboa. Norte não tinha tantas novas infecções desde 19 de Maio
Em Portugal, desde o início do surto, foram contabilizados 39.392 casos positivos e 1534 mortes. Desde este domingo, casos crescem 0,7%, e mortes 0,3% (mais quatro do que no domingo). Há mais vinte pessoas hospitalizadas e 25.548 recuperadas.
Portugal regista, nesta segunda-feira, mais quatro mortes por covid-19, um aumento de 0,3%. No total, já 1534 morreram desde o início da epidemia. Há também a registar mais 259 pessoas infectadas, o que corresponde a uma taxa de crescimento de 0,7% e que eleva para 39.392 o número de total de casos identificados em Portugal desde Março. Destes novos casos, 63% são em Lisboa e Vale do Tejo (164 novos casos esta segunda-feira), onde também se registaram as mortes das últimas 24 horas — todas estas foram registadas em cidadãos acima dos 80 anos. Estes dados foram disponibilizados esta segunda-feira pela Direcção-Geral da Saúde (DGS).
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Portugal regista, nesta segunda-feira, mais quatro mortes por covid-19, um aumento de 0,3%. No total, já 1534 morreram desde o início da epidemia. Há também a registar mais 259 pessoas infectadas, o que corresponde a uma taxa de crescimento de 0,7% e que eleva para 39.392 o número de total de casos identificados em Portugal desde Março. Destes novos casos, 63% são em Lisboa e Vale do Tejo (164 novos casos esta segunda-feira), onde também se registaram as mortes das últimas 24 horas — todas estas foram registadas em cidadãos acima dos 80 anos. Estes dados foram disponibilizados esta segunda-feira pela Direcção-Geral da Saúde (DGS).
Os números da DGS dão conta de mais 17 pessoas internadas, para um total de 424, das quais 72 estão nos cuidados intensivos (mais três no que no dia anterior). Existem 1826 pessoas a aguardar resultados laboratoriais e 30.855 a serem acompanhadas pelas autoridades de saúde.
O secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, disse esta segunda-feira na habitual conferência para actualizar os números da epidemia que 96,6% dos casos activos encontram-se a recuperar no domicílio, enquanto 3,4% estão internados, 0,5% em unidades de cuidados intensivos e 2,9% em enfermaria.
Em Portugal, a taxa de letalidade global da doença é de 3,9% e a taxa de letalidade acima dos 70 anos é de 16,8%, avançou Lacerda Sales.
Recuperaram da infecção pelo vírus SARS-CoV-2 mais 172 pessoas, o que faz aumentar o número total de recuperados para 25.548. Neste momento há 12.310 casos activos de infecção, depois de se subtrair o número de mortes e de pessoas recuperadas ao número total de casos confirmados.
Ainda que o Norte continue a ser a região que tem o maior número acumulado de casos e de mortes no país – ao todo, são 17.320 os registos de infecção (71 nas últimas vinte e quatro horas) e 814 mortes por covid-19 –, continua a ser em Lisboa e Vale do Tejo (que tem um total de 16.926 casos de infecção e 440 mortes) que se encontram o maior número de novos casos, com 164 dos 259 dos novos casos identificados esta segunda-feira, cerca de 63%. Todas as quatro mortes registadas nas últimas 24 horas foram registadas em cidadãos acima dos 80 anos e pertencem também à região de Lisboa e Vale do Tejo. Destes 164 casos, 39 foram registados em Odivelas, 31 em Loures, 19 em Sintra, 15 foram registados em Lisboa, doze em Cascais, dez em Almada, oito na Amadora e seis em Vila Franca de Xira.
É de referir, no entanto, que desde 19 de Maio que não eram registados tantos novos casos na região Norte. Nesse dia foram registadas 81 novas infecções. Nesta segunda-feira, sessenta (81%) dos 71 novos casos a Norte foram registados em Cinfães, concelho que passou de 28 casos neste domingo para 88 nesta segunda-feira.
No Centro foram registados 14 novos casos, num total 4005 casos de infecção e 248 mortes. O Alentejo tem agora um total de 376 casos (dois novos nas últimas 24 horas) e duas mortes desde o início da pandemia. No Algarve foram registados oito novos casos de infecção desde o dia anterior, fazendo com que o total de casos suba para 529 e o número de mortes se mantenha em 15.
A situação epidemiológica nas ilhas mantém-se igual: a Madeira totaliza 92 casos e nenhuma morte e os Açores 144 casos e 15 mortes.
Na distribuição dos casos infectados por concelhos, Lisboa é o que regista o maior número de casos (3150), seguido por Sintra (2272), Loures (1654), Vila Nova de Gaia (1611), Amadora (1436), Porto (1414), Matosinhos (1292), Braga (1256), Gondomar (1093), Maia (950) e Odivelas (920).
Outros concelhos que registam um elevado número de casos são Cascais (802), Valongo (762), Guimarães (725), Ovar (681), Vila Franca de Xira (652), Oeiras (646), Coimbra (607), Almada (548), Seixal (542) e Santa Maria da Feira (498).
Os dados do relatório da DGS indicam que, do total de mortes registadas, 771 são mulheres e 763 homens. Das 1534 vítimas mortais, 1031 estavam acima dos 80 anos. O relatório dá ainda conta da morte de 296 pessoas que tinham entre 70 e 79 anos; 138 com idades entre os 60 e 69 anos, 49 pessoas entre os 50 e os 59 anos, e ainda 17 pessoas entre os 40 e os 49 anos. Há ainda a registar a morte de um homem que tinha entre 30 e 39 anos e de um homem e de uma mulher que tinham entre 20 e 29 anos.
Olhando para a caracterização demográfica dos casos confirmados é possível perceber que das 39.392 infecções, 5020 foram detectados em cidadãos acima dos 80 anos, 2895 em pessoas entre os 70 e os 79 anos, 4119 em pessoas entre os 60 e os 69 anos. A faixa etária mais afectada pela doença em Portugal são os cidadãos entre os 40 e os 49 anos (6597 casos, 33 nas últimas 24 horas), as pessoas entre os 50 e os 59 anos (6299, 18 nas últimas 24 horas) e aquele que têm entre 30 e 39 anos (6200 casos, 34 nas últimas 24 horas).
Há ainda a destacar os casos confirmados na faixa etária dos 20-29 anos (5657, 29 nas últimas 24 horas), nas pessoas entre os 10 e os 19 anos (1522, 18 desde este domingo) e na faixa etária dos 0 e dos nove anos (1052, 8 desde o dia anterior). No boletim da DGS constam ainda 31 casos cuja idade não é conhecida.
Hospital Beatriz Ângelo atinge capacidade máxima
O secretário de Estado da Saúde revelou, durante a conferência de imprensa desta segunda-feira, que os “hospitais mais pressionados” actualmente em Lisboa e Vale do Tejo são o Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, com uma taxa de ocupação de 93%, o Hospital Beatriz Ângelo que atingiu 100% da sua capacidade e o Hospital de Setúbal, com uma taxa de ocupação de 86%.
Por outro lado, o Centro Hospitalar de Lisboa Norte está com uma taxa de ocupação entre 75% a 80%, o Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental conta com uma ocupação de 57% e o Centro Hospitalar do Médio Tejo com 26%.
No entanto, António Lacerda Sales garantiu que, “apesar de tudo, os serviços de saúde em Lisboa e Vale do Tejo não estão sob uma grande pressão”. Em relação às unidades de cuidados intensivos em Lisboa e Vale do Tejo, “neste momento têm uma taxa de ocupação de cerca de 59%”. “Em 218 camas, estão ocupadas 129 e livres 89”, disse.
Ao nível nacional, há 531 camas disponíveis nas unidades de cuidados intensivos, das quais 332 estão ocupadas e 199 vagas. “A taxa de ocupação é ligeiramente superior a nível nacional à de Lisboa, sendo de 63%”, afirmou Lacerda Sales, referindo que cerca de 21% corresponde à taxa de ocupação por doentes com covid-19.
Reforço de profissionais na região de Lisboa
António Lacerda Sales revelou ainda que houve um “reforço de profissionais de saúde nas unidades de saúde da Amadora, Sintra, Loures e Odivelas, que já duplicaram a capacidade de realização de inquéritos epidemiológicos, uma ferramenta crucial para identificar, isolar e quebrar cadeias de transmissão”.
“São mais cerca de 20 recursos humanos alocados a estes serviços”, referiu, destacando que “muitos destes profissionais vão começar esta semana, prevendo-se assim assegurar a mesma capacidade de resposta durante o período de férias”.
“Tal como nos focos de incêndio, é preciso acudir com os meios disponíveis”
“Estamos a falar de focos e tal como nos focos de incêndios, é preciso acudir com os meios disponíveis para evitar que a situação se alastre”, comparou o secretário de Estado da Saúde, destacando que “uma coisa é a preparação da capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde à pandemia e outra é a capacidade da sociedade de travar a propagação” do novo coronavírus.
António Lacerda Sales reforçou que “o bem-estar colectivo continua a depender da responsabilidade individual” e que “os mais novos têm obrigação de proteger os mais velhos e mais frágeis”.
Já a directora-geral da Saúde, Graça Freitas, recordou a analogia dos incêndios para explicar que “nós todos somos a palha, porque não estamos protegidos, nem pela vacina nem pela imunidade natural, e qualquer fogo ou fósforo que chegue à palha pode dar origem a um foco de incêndio”.
Graça Freitas destacou que é preciso “rapidez” no combate ao novo coronavírus, apelando às pessoas para que “se tiverem sintomas não os deixem arrastar e procurem o SNS24”. Além disso, também os médicos e laboratórios que fazem os testes “têm um papel muito importante na detecção precoce das pessoas que é o de notificar”.
A directora-geral da Saúde notou ainda que importa “focalizar a acção em freguesias mais afectadas”. “Sempre foi essa a determinação que fomos dando, actuar proporcionalmente em relação aos focos. É preciso intervir de forma mais activa, rápida e musculada para que se contenham esses focos”, assinalou.
No entanto, as recomendações aplicam-se a “qualquer freguesia”, com Graça Freitas a apelar à população que cumpra o distanciamento social, evite ajuntamentos e que tenha cuidado com a desinfecção das superfícies e a troca de objectos.
Há, aliás, “regras que mesmo dentro da mesma casa devem ser seguidas”. “Dentro de uma casa, apesar de sermos coabitantes, se aparecer um caso esse caso deve isolar-se dos demais e usar-se máscara. Essa pessoa deve ter um espaço para ela própria, um balde de lixo só para o seu lixo. Não é uma fatalidade que todos os coabitantes se infectem também”, afirmou a directora-geral da Saúde.
O objectivo passa por “prevenir e agir rapidamente”, de forma a “minimizar o impacto de uma doença que é contagiosa”. O que não significa que as pessoas não possam conviver. “Não estamos a dizer para as pessoas não conviverem, para não falarem com ninguém e para não saírem. Têm é que encontrar regras de convívio seja com o vizinho do lado, com o concelho ou com o país do lado”, afirmou.