FMI: imigrantes desempenham papel-chave nas economias mais desenvolvidas

Com o envelhecimento da população e a quebra no crescimento populacional nos países mais ricos, imigrantes são fundamentais para o crescimento económico sustentável, diz estudo publicado pelo FMI.

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YURI GRIPAS/REUTERS

Os imigrantes contribuem para o crescimento económico e para o aumento da produtividade dos países mais ricos, apesar das percepções erradas que ainda existem contra eles. Esta é uma das conclusões de um estudo publicado esta sexta-feira no World Economic Outlook, a principal publicação do Fundo Monetário Internacional (FMI).

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Os imigrantes contribuem para o crescimento económico e para o aumento da produtividade dos países mais ricos, apesar das percepções erradas que ainda existem contra eles. Esta é uma das conclusões de um estudo publicado esta sexta-feira no World Economic Outlook, a principal publicação do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Segundo os dados apresentados no estudo, os imigrantes aumentam a produtividade nas economias mais avançadas a médio e longo prazo, uma vez que os trabalhadores migrantes trazem diversidade ao mercado de trabalho.

“A migração pode trazer grandes ganhos para os países acolhedores e providenciar oportunidade para uma vida melhor para os migrantes. No entanto, pode também criar desafios ao nível da distribuição, pelo menos temporariamente”, afirmam os autores do estudo, defendendo que as políticas fiscais e laborais devem ter estas preocupações em conta.

Conforme notam os autores do estudo, a população dos países com economias mais desenvolvidos tem vindo a estabilizar e, em muitos casos, a tendência é para a diminuição significativa da população. Pelo contrário, a população das economias de mercados emergentes e em desenvolvimento (EMDE) continua a aumentar, especialmente no Sul da Ásia, no Norte de África e no Médio Oriente.

“Com as economias mais avançadas a envelhecerem rapidamente e a população a crescer nos EMDE, os migrantes podem desempenhar um papel importante no crescimento económico sustentado nas economias de destino”, afirmam os autores do estudo.

Com o aumento do número de potenciais migrantes das EMDE para os países com economistas mais avançadas, prosseguem, os “países com populações em rápido crescimento podem enfrentar desafios na criação de trabalhos bem remunerados para uma população jovem e uma força de trabalho em crescimento, enquanto os países mais envelhecidos e com a população a diminuir podem enfrentar uma escassez de mão-de-obra”.

Nesse sentido, para dar melhor resposta às transformações em curso, o FMI defende que os países acolhedores de migrantes devem adoptar políticas que fomentem a integração, nomeadamente ao nível da aprendizagem da língua ou da desburocratização dos processos que facilitem a entrada no mercado de trabalho. 

Os autores do estudo alertam, no entanto, para as transformações em curso devido à covid-19, que podem levar os países a fecharem-se e adoptarem medidas mais restritivas em relação à imigração, bem como para o impacto das alterações climáticas, que podem levar à deslocação de milhões de pessoas.