Tudo começou em Setembro de 2018: caía na net o clip de Rapepaz e, pouco tempo depois, o de Mo Kassula, duas belíssimas e doridas peças (a segunda dedicada a um amigo que a morte cedo levou) de um miúdo desconhecido que respondia por Tristany. Corte para 2020 e eis a confirmação de uma voz singular, responsável, depois de The Art of Slowing Down (Slow J) e O Chão do Parque (zé menos), por um mais um enorme e híbrido disco gerado pelo hip-hop português no curto espaço de três anos. E que bonita a estreia de Tristany (filho do também cantor Firmino Pascoal e antes integrante de um pequeno grupo de rap chamado Monte Real), jovem músico de Algueirão-Mem Martins (Linha de Sintra, razão pela qual intitula o seu caldeirão sonoro de “sintranagem”), num disco que, partindo da grande casa-mãe que é o hip-hop mas inalando as suas sub-linguagens mais modernas (trap, drill, bass music) e diferentes estéticas de raíz africana (kuduro, kizomba, semba, funaná), sem deixar de ter um pé nas guitarras rock e outro na escuridão trip-hop, se constitui naquilo em que a esmagadora maioria das modernas formas do hip-hop de hoje falha redondamente: um objecto surpreendente, a espaços magníficos, encantador na ingenuidade e na brisa de juventude, de rebeldia with a cause, que o percorre.
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Tudo começou em Setembro de 2018: caía na net o clip de Rapepaz e, pouco tempo depois, o de Mo Kassula, duas belíssimas e doridas peças (a segunda dedicada a um amigo que a morte cedo levou) de um miúdo desconhecido que respondia por Tristany. Corte para 2020 e eis a confirmação de uma voz singular, responsável, depois de The Art of Slowing Down (Slow J) e O Chão do Parque (zé menos), por um mais um enorme e híbrido disco gerado pelo hip-hop português no curto espaço de três anos. E que bonita a estreia de Tristany (filho do também cantor Firmino Pascoal e antes integrante de um pequeno grupo de rap chamado Monte Real), jovem músico de Algueirão-Mem Martins (Linha de Sintra, razão pela qual intitula o seu caldeirão sonoro de “sintranagem”), num disco que, partindo da grande casa-mãe que é o hip-hop mas inalando as suas sub-linguagens mais modernas (trap, drill, bass music) e diferentes estéticas de raíz africana (kuduro, kizomba, semba, funaná), sem deixar de ter um pé nas guitarras rock e outro na escuridão trip-hop, se constitui naquilo em que a esmagadora maioria das modernas formas do hip-hop de hoje falha redondamente: um objecto surpreendente, a espaços magníficos, encantador na ingenuidade e na brisa de juventude, de rebeldia with a cause, que o percorre.