Câmara de Lisboa aumenta verba para a arte contemporânea e faz compras fora da ARCOlisboa
No âmbito das ajudas da covid-19, o Fundo de Aquisições de Arte Contemporânea subiu até aos 150 mil euros e vai ajudar 25 artistas.
Com mais 50 mil euros de orçamento, a Câmara Municipal de Lisboa (CML) não fez pela primeira vez a totalidade das aquisições anuais para a sua colecção de arte contemporânea através da ARCOlisboa, a feira de arte contemporânea que este ano teve apenas uma edição online e terminou no último domingo.
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Com mais 50 mil euros de orçamento, a Câmara Municipal de Lisboa (CML) não fez pela primeira vez a totalidade das aquisições anuais para a sua colecção de arte contemporânea através da ARCOlisboa, a feira de arte contemporânea que este ano teve apenas uma edição online e terminou no último domingo.
Entre os 25 artistas abrangidos, a comissão de aquisições comprou obras de cinco artistas que não têm um galerista fixo: Miguel Palma, Maria Capelo, Rosa Carvalho, Mattia Denisse e Teresa Careto. “O universo das galerias não se restringe à ARCOlisboa e o universo dos artistas também não se restringe à ARCOlisboa. No futuro, pode vir a acontecer comprarmos também noutras galerias que não estão na feira. Isso também não quer dizer que vamos deixar de comprar na ARCOlisboa”, explicou ao PÚBLICO a vereadora da Cultura da CML, Catarina Vaz Pinto.
A comissão criada pela Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural de Lisboa (EGEAC) comprou ainda obras dos artistas Ana Santos, Augusto Alves da Silva, Bruno Pacheco, Catarina Dias, Dealmeida Esilva, Igor Jesus, Isabel Madureira Andrade, Joana Escoval, João Pedro Vale & Nuno Alexandre Ferreira, João Maria Gusmão & Pedro Paiva, Noé Sendas, Nuno Henrique, Pedro Tropa, Ricardo Jacinto, Sara Bichão, Tatiana Macedo e Von Calhau!
O Fundo de Aquisições de Arte Contemporânea foi criado em 2016 para ajudar à instalação em Portugal da ARCOlisboa, organizada pela sua congénere espanhola em colaboração com a CML. Este ano o orçamento do fundo passou para 150 mil euros, de forma a permitir ajudar um maior número de artistas visuais face à crise gerada pela pandemia covid-19. “Com as medidas especiais de combate à pandemia, a câmara também decidiu reforçar as aquisições na área da arte contemporânea. Normalmente, o nosso valor para comprar é à volta dos 100 mil”, acrescentou Catarina Vaz Pinto.
A comissão, que integra cinco especialistas, é composta por três elementos independentes (os curadores Sérgio Mah, Isabel Carlos e Miguel Von Hafe Perez) e dois da EGEAC (a directora do Atelier-Museu Júlio Pomar, Sara Antónia Matos, e a directora do Museu de Lisboa, Joana Sousa Monteiro).
Desde 2016 que a câmara reforça anualmente a colecção à guarda do Museu de Lisboa, revelando normalmente as suas aquisições no final da ARCOlisboa, que nesta edição online teve a duração de um mês e terminou a 14 de Junho.
Logo no início da feira, a Fundação de Serralves tinha anunciado a compra de quatro obras de Rui Chafes à Galeria Filomena Soares, uma obra de Pedro Tudela à Kubik Gallery (Porto) e outra de Mauro Cerqueira à Galeria Nuno Centeno (Porto).
Segundo números divulgados esta semana, a ARCOlisboa na sua versão online juntou 70 galerias na plataforma Artsy e foi vista por mais de 120 mil pessoas. Cerca de 500 pessoas entraram em contacto com as galerias participantes, mas alguns dos 23 galeristas portugueses que participaram na feira online, que preferiram manter o anonimato, descrevem ao PÚBLICO um movimento fraco, por vezes sem o estabelecimento de qualquer contacto.
Na quarta-feira, começou também a versão online da ArtBasel, a mais importante do calendário das artes visuais, onde estão presentes as galerias portuguesas Pedro Cera e Cristina Guerra.