Pistas de dança com quadrados de separação e menos DJ nas cabinas — as propostas do sector para a diversão nocturna

A AHRESP apresentou um guia de boas práticas com medidas de segurança para a reabertura das discotecas. Empresários mostram-se optimistas na aprovação da proposta pela DGS.

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Sector Paulo Pimenta / Arquivo

Depois de verem cafés e restaurantes receberem autorização para voltarem a funcionar normalmente — sujeitos a algumas limitações —, os estabelecimentos de diversão nocturna aguardam ainda autorização para poderem reabrir. Como forma de instar o Governo e as autoridades de saúde a acelerarem este processo, a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) apresentou um guia de boas práticas com medidas que procuram garantir a segurança dos clientes.

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Depois de verem cafés e restaurantes receberem autorização para voltarem a funcionar normalmente — sujeitos a algumas limitações —, os estabelecimentos de diversão nocturna aguardam ainda autorização para poderem reabrir. Como forma de instar o Governo e as autoridades de saúde a acelerarem este processo, a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) apresentou um guia de boas práticas com medidas que procuram garantir a segurança dos clientes.

A AHRESP defende que sejam desenhados na pista de dança quadrados com com 2,25 m2 de área. Estas figuras geométricas que ocuparão a totalidade desta secção servirão para garantir que as pessoas respeitam a distância de segurança recomendada pelas autoridades de saúde num contexto propício ao contacto físico. Esta área será delimitada e estará separada do resto do espaço por cordões ou divisórias, com o estabelecimento responsável pelo controlo do número de pessoas que ocupam as pistas de dança.

O presidente da Associação de Discotecas do Sul e Algarve (ADSA), Liberto Mealha, diz que esta opção será adoptada pelos proprietários que decidiram manter as pistas de dança. “É uma alternativa para quem tem interesse em manter pista de dança. Alguns colegas dizem que a melhor opção é colocar mesas nestes espaços, com o grupo de pessoas que ocupa essa mesa a dançar ao lado desta. Contudo, há proprietários que dizem não fazer sentido ter uma discoteca sem pista de dança”, explica o dirigente. 

Também será limitado o número de DJ permitidos nas cabines de música: a AHRESP defende que apenas um disc jockey poderá ocupar este espaço, com a necessidade de garantir o distanciamento entre o colaborador e os clientes. Se tal separação não for possível, todas as pessoas que estejam perto desta área deverão usar máscara de protecção. Se houver actuação de mais algum artista, todos os equipamentos terão obrigatoriamente de ser desinfectados. Em casos de espectáculos no palco, os membros do grupo estão obrigados a respeitar distância de segurança. A montagem de palcos, iluminação e outros adereços tem de ser feita obrigatoriamente sem público, com os profissionais a estarem obrigados a usar equipamentos de protecção.

Paulo Dâmaso, responsável da AHRESP para o sector da animação nocturna, diz ao PÚBLICO que o objectivo da medida é mostrar que há segurança para que estes espaços sejam reabertos: “A situação no sector é dramática, muito complicada. As muitas despesas mantêm-se. Temos planeado medidas mais específica para esta actividade e esperamos criar confiança para que os nossos clientes regressem em segurança. Estamos confiantes que as autoridades de saúde aprovem este plano”, afirma. Apesar das limitações e novas regras, Paulo Dâmaso assegura que os espaços não vão perder a essência da diversão, factor que atrai os clientes.

As restantes regras contidas no documento são semelhantes às adoptadas pelos espaços de restauração. A AHRESP considera importante assegurar uma boa ventilação e renovação frequente de ar no interior do espaço, defendendo que as superfícies com maior risco de transmissão, manuseadas por várias pessoas, devem ser limpas pelo menos seis vezes por dia. Terminais de pagamento automático, mesas e cadeiras devem ser desinfectados após cada utilização.

Em intervenções públicas ao longo das últimas semanas, membros da direcção da AHRESP consideraram que o prolongamento do encerramento poderá ter efeitos nocivos na saúde pública, relembrando que têm surgido surtos relacionados com “festas ilegais”. Paulo Dâmaso diz que este guia foi criado tendo por base dados científicos e com ajuda de especialistas da área medica e de segurança alimentar. Também Liberto Mealha tem confiança na aprovação do guia que, garante, responde às preocupações espelhadas pelo Governo nas reuniões com os representantes do sector de diversão nocturna.