Trump admite que cortar todos os laços com a China é uma “opção” para os Estados Unidos

“Os Estados Unidos, naturalmente, mantêm uma opção política, sob várias condições, de cortar todas as pontes com a China”, afirmou Donald Trump, numa altura em que a controvérsia sobre a gestão do novo coronavírus agravou as relações já tensas entre as duas principais potências mundiais.

Foto
Washington questiona ainda a “credibilidade” dos novos números chineses CHRIS KLEPONIS/EPA

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou esta quinta-feira que cortar todos as pontes com a China é “uma opção”, numa altura em que existe um ambiente de tensão entre as duas principais potências mundiais.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou esta quinta-feira que cortar todos as pontes com a China é “uma opção”, numa altura em que existe um ambiente de tensão entre as duas principais potências mundiais.

“Os Estados Unidos, naturalmente, mantêm uma opção política, sob várias condições, de cortar todas as pontes com a China”, afirmou Donald Trump numa publicação no Twitter.

Trump pronunciou-se em resposta às observações feitas pelo representante comercial dos Estados Unidos, Robert Lighthizer.

Numa audição na Câmara dos Representantes, na quarta-feira, o responsável afirmou que a China tinha até agora respeitado os termos de um acordo entre os dois países e que cortar as pontes entre Pequim e Washington era agora impossível. “Era uma opção há anos, mas não me parece que seja uma política razoável nesta fase”, considerou Robert Lighthizer.

Washington questiona a “credibilidade” dos novos números chineses

A controvérsia sobre a gestão do novo coronavírus agravou significativamente as relações já tensas entre as duas principais potências mundiais.

Os Estados Unidos puseram esta quinta-feira em causa a “credibilidade” dos números divulgados pela China sobre o ressurgimento de novos casos de covid-19 em Pequim, apelando ao envio de observadores “neutros”.

O Ministério da Saúde chinês comunicou 158 casos desde a semana passada na capital, que tem uma população de 21 milhões de habitantes, assegurando ao mesmo tempo que a epidemia estava “sob controlo”.

“Gostaria de acreditar que os números” estão “mais próximos da realidade do que aquilo que foi visto em Wuhan e em outras partes da China, mas isso ainda está por ver”, disse aos jornalistas o secretário de Estado Adjunto dos Estados Unidos para a Ásia Oriental, David Stilwell.

Washington acusa as autoridades chinesas de mentirem sobre os números oficiais, que ascendem actualmente a quase 83.300 casos e a mais de 4600 mortos desde que a covid-19 foi sinalizada pela primeira vez na cidade de Wuhan, no final de 2019.

O Governo de Donald Trump acredita também que Pequim escondeu a amplitude inicial e a gravidade da epidemia, o que facilitou a propagação do vírus que já matou mais de 450 mil pessoas em todo o mundo e forçou os governos a confinarem as populações e a paralisarem as suas economias.

“Quando se trata de dados, a credibilidade é importante. E quando se perde credibilidade, é muito difícil recuperá-la”, disse Stilwell, citando “avaliações muito credíveis e não politizadas de publicações científicas”, segundo as quais seria simplesmente “impossível” que o balanço oficial da China correspondesse à realidade, podendo ser “dez vezes” superior.

Para David Stilwell, a “única forma” de “restaurar” a credibilidade da China seria “aceitar o destacamento de observadores neutros para ajudar a compreender exactamente o que aconteceu” no início da pandemia.

O diplomata assegurou que o Secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, tinha deixado claro este pedido de “transparência” ao alto funcionário chinês Yang Jiechi na sua reunião de crise no Havai, na quarta-feira.