Deputada municipal e dirigente nacional Sandra Marques desfilia-se do PAN

A deputada municipal é mulher do eurodeputado Francisco Guerreiro, que na manhã desta terça-feira a sua saída do partido por “divergências políticas” com a direcção.

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André Silva, líder do PAN Pedro Fazeres

A deputada municipal do PAN em Cascais, e membro da Comissão Política Nacional, Sandra Marques, desfiliou-se do partido, alegando “centralização do debate e da acção política” e “falta de vontade de incluir ideias”, anunciou hoje a própria.

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A deputada municipal do PAN em Cascais, e membro da Comissão Política Nacional, Sandra Marques, desfiliou-se do partido, alegando “centralização do debate e da acção política” e “falta de vontade de incluir ideias”, anunciou hoje a própria.

“Hoje desfiliei-me do PAN”, escreveu a deputada à Assembleia Municipal de Cascais, e porta-voz do grupo municipal, na sua página na rede social Facebook.

“Sem tecer estruturais considerações sobre esta decisão, não posso deixar de frisar que nos últimos meses tenho assistido a uma centralização do debate e da açcão política dentro do PAN, à falta de vontade em descentralizar e incluir ideias fora do “núcleo duro”, à ausência de debate político em matérias tão essenciais como o crescimento do partido no país e no estrangeiro (que faz com que não tenhamos várias distritais, nomeadamente no interior do país), tal como a uma alteração vincada no estilo de comunicação do PAN que antes se baseava na não violência”, alega Sandra Marques, que é também mulher do eurodeputado Francisco Guerreiro, que na manhã desta terça-feira a sua saída do partido por “divergências políticas” com a direcção.

No texto que publicou, a dirigente indica que deixa “de estar presente na Mesa da Comissão Política Nacional (CPN), na CPN, como deputada municipal do PAN em Cascais e como membro da distrital de Lisboa”.

A dirigente critica “a não defesa, e mesmo bloqueio, de matérias tão PAN, como a implementação/estudo de um projecto piloto de Rendimento Básico Incondicional no país e na Europa”, e lamenta que “temas tão estruturantes" caiam no “esquecimento mesmo contra o pedido de vários filiados/as”.

Também Francisco Guerreiro considerou que existiu um “bloqueio da divulgação do trabalho europeu” que desenvolveu, em áreas como o Rendimento Básico Incondicional.

“Não irei falar em nomes pois creio que devemos falar em ideias e acções, nem irei expor mais que estas análises, pois considero que o PAN deve seguir o seu rumo com a liderança que tem e terá. Como democrata que sou aceito que seja este o caminho que esteja a ser tomado só não posso, em devida consciência, dedicar-me a algo em que já não acredito”, acrescenta a eleita em Cascais.

Sandra Marques diz que vai dedicar-se agora a “projectos activistas na área ambiental e social”.

Em conferência de imprensa, o porta-voz do PAN, André Silva, argumentou que, devido à pandemia de covid-19, esta não seria a altura certa para defender o Rendimento Básico Incondicional, mas sim um Rendimento Básico de Emergência.

Na mesma ocasião, o líder defendeu que o eurodeputado, que passa a independente no Parlamento Europeu, deveria renunciar ao mandato e acusou-o de “individualização”, reconhecendo que a relação entre Francisco Guerreiro e o partido atravessava um período conturbado.