Coreia do Norte faz explodir gabinete de ligação com a Coreia do Sul

A tensão entre os dois países continua a intensificar-se, depois de a Coreia do Norte ter acusado desertores na Coreia do Sul de enviar folhetos com mensagens contra o regime de Kim Jong-un.

Foto
Yonhap

A Coreia do Norte intensificou esta terça-feira as ameaças de acção militar contra a Coreia do Sul e fez explodir um gabinete de ligação na cidade fronteiriça de Kaesong, onde eram trabalhadas as relações diplomáticas entre os dois países, às 7h49 (hora de Portugal continental). A destruição do escritório surge depois de os norte-coreanos acusarem os vizinhos do sul de ajudarem desertores a espalhar panfletos com mensagens contra o regime de Kim Jong-un através da fronteira.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A Coreia do Norte intensificou esta terça-feira as ameaças de acção militar contra a Coreia do Sul e fez explodir um gabinete de ligação na cidade fronteiriça de Kaesong, onde eram trabalhadas as relações diplomáticas entre os dois países, às 7h49 (hora de Portugal continental). A destruição do escritório surge depois de os norte-coreanos acusarem os vizinhos do sul de ajudarem desertores a espalhar panfletos com mensagens contra o regime de Kim Jong-un através da fronteira.

As autoridades da Coreia do Sul já estavam à espera que o edifício, inaugurado em 2018, fosse demolido, depois de intensa actividade registada em volta do mesmo no início do dia. A destruição do escritório foi apanhada em directo pelas autoridades fronteiriças sul-coreanas.

O gabinete abriu depois de cimeiras entre os dois países com o objectivo de desmilitarizar gradualmente a fronteira e reduzir as tensões entre Coreias, que se encontram tecnicamente em guerra desde os anos 1950. Funcionários dos dois países trabalhavam em conjunto no local, que foi fechado em Janeiro devido à pandemia da covid-19.

A destruição surge na sequência de uma série de ameaças por parte do regime de Kim Jong-un de voltar a ocupar zonas desmilitarizadas na fronteira com a Coreia do Sul. A Coreia do Norte tem acusado o Governo de Seul de deixar que desertores enviem panfletos com mensagens contra o regime de Pyongyang pela fronteira e através de garrafas atiradas para o rio que separa os dois países ou de balões.

As mensagens continham acusações de violações de direitos humanos e os perigos do arsenal nuclear norte-coreano e, apesar da Coreia do Sul ter garantido que iria proibir que estes panfletos chegassem ao Norte, as garantias não foram suficientes. Kim Yo-jong, irmã do líder norte-coreano e reconhecida como a sua maior confidente, tem defendido uma iniciativa militar contra a Coreia do Sul e as autoridades de Seul apontam que é a principal responsável pela deterioração das relações entre os dois países. No sábado, Yo-jong já tinha ameaçado o escritório em Kaesung e afirmou que era “inútil” e seria “completamente destruído”.

Esta terça-feira, a agência estatal norte-coreana KCNA apontou que o exército estaria a preparar-se para “transformar a linha da frente numa fortaleza” e, citando o Estado-Maior da Coreia do Norte, Pyongyang também deverá lançar “em grande escala” folhetos de propaganda pelo seu território.

Do lado da Coreia do Sul, pouco depois da demolição, o Ministério da Defesa garantiu que “o exército está a manter uma postura pronta a responder a qualquer situação”. 

Desde a cimeira de Hanói em 2019, entre Donald Trump e Kim Jong-un, as relações entre Coreias têm vindo a piorar. Washington considerou na altura que os esforços da Coreia do Norte em reduzir o arsenal nuclear eram insuficientes e, desde então, o regime autoritário tem aumentado testes nucleares e militares.