#TuPodes redescobrir “o melhor destino do mundo”: Turismo de Portugal desafia portugueses

A nova campanha do Turismo de Portugal quer pôr os portugueses a viajarem pelo país, eleito “o melhor destino turístico do mundo” por três vezes nos “òscares” do turismo. Sem as enchentes de turistas estrangeiros devido ao surto de covid-19, é “uma oportunidade rara” para “fazer férias cá dentro”, resumiu o primeiro-ministro, António Costa.

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Praia de Quarteira, no Algarve, no dia de abertura da época balnear de 2020 Duarte Drago

#TuPodes é o mote da nova campanha do Turismo de Portugal, lançada esta terça-feira, que desafia os portugueses a viajarem pelo país e converte o lema VisitPortugal em VisitaPortugal.

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#TuPodes é o mote da nova campanha do Turismo de Portugal, lançada esta terça-feira, que desafia os portugueses a viajarem pelo país e converte o lema VisitPortugal em VisitaPortugal.

Num convite à (re)descoberta dos motivos que têm “trazido milhões de turistas” ao país nos últimos anos, a campanha é protagonizada por “turistas de várias nacionalidades” que, entoando uma versão em português do clássico Only You, dos The Platters, apelam aos portugueses que “se deixem contagiar por essa vontade de explorar os sons, os sabores, as paisagens, o património e os afectos de Portugal”, agora que eles, de momento em Londres, Nova Iorque, Paris, Madrid ou Rio de Janeiro, não o podem fazer.

A campanha representa um investimento de dois milhões de euros e vai estar em exibição até ao final do ano nos meios digitais do Turismo de Portugal, assim como em diferentes órgãos de comunicação social, entre televisão, rádio e imprensa nacional e regional.

A esta primeira fase da campanha, materializada no vídeo de 2'40, seguir-se-ão mais duas. A próxima fase arranca a 24 de Junho e, desta vez, serão os profissionais de turismo a convidar os portugueses a experienciar as ofertas disponibilizadas pelo país, desde uma visita guiada a um museu, uma aula de surf, uma caminha na montanha, entre outras.

A 10 de Julho fica disponível uma plataforma digital de suporte à conversão desta campanha nacional e das campanhas regionais, agregando cerca de 100 mil experiências turísticas disponíveis no país, com oferta de “benefícios que motivem a utilização dos serviços prestados pelas empresas de animação turística”, lê-se em comunicado. O objectivo é dar visibilidade e dinamizar as empresas nas várias regiões, apoiando-as no esforço de comercialização através de ofertas especificamente dirigidas ao turista português, que não é o seu cliente habitual.

Se temos o privilégio de viver no melhor destino do mundo, então só nos resta aproveitá-lo”, defendeu António Costa durante a apresentação da nova campanha do Turismo de Portugal, esta segunda-feira, referindo-se ao galardão atribuído ao país nos últimos três anos pelos World Travel Awards, considerados os óscares do sector a nível internacional. Ao prémio de “melhor destino turístico do mundo” têm-se somado muitos outros para regiões, cidades, projectos de conservação e turismo, unidades de alojamento nacionais, entre outras áreas do sector.

Lembrando que Portugal, tal como os outros países, receberá muito menos turistas estrangeiros do que nos anos anteriores devido à pandemia de covid-19, o primeiro-ministro reiterou que esta é “a oportunidade” de os portugueses fazerem “férias cá dentro” e de redescobrirem o país sem as habituais enchentes. “Temos de proteger a nossa saúde”, relembrou, mas também “os rendimentos, o emprego e as empresas” e “fazer viver estes territórios” que “dependem muito de haver ou não turistas”.

Neste contexto, António Costa recordou a visita recente que fez ao Algarve, região que encontrou despida de turistas, como “não via desde os anos 1960”. É “uma oportunidade rara”, reconheceu. “Enquanto primeiro-ministro não desejo, mas deixem-me por um momento ser egoísta: que bom foi ver o Algarve sem as enchentes e filas do costume.”

Um cenário vazio que se repete na capital portuguesa, apontava momentos antes, deixando semelhante convite: “Há quanto tempo tantos lisboetas não iam à Baixa e têm agora o privilégio extraordinário de a poder ver só para si, sem o problema dos últimos anos”. Actualmente “não está cheio de gente”, algo que, diz, “não vai durar muito”.

É esta a convicção – e esperança – do primeiro-ministro para um sector-chave na economia portuguesa, num momento em que as fronteiras começam a abrir entre os países da União Europeia. Entretanto, Costa levou também a campanha além-fronteiras: numa entrevista à CNN reforçou que Portugal é seguro para os turistas.

Enquanto o fluxo de turismo externo não regressa aos valores de outrora, a recuperação da actividade turística nacional vai depender, nesta primeira fase, quase exclusivamente do turismo interno que, em 2019, “representou perto de 40% do total de hóspedes”, aponta o Turismo de Portugal em comunicado. O sector, recorda aquele organismo, emprega cerca de 400 mil trabalhadores, representa 14,6% do PIB e é a principal actividade económica exportadora, valendo “52,3% das exportações de serviços e 18,6% do total de exportações de bens e serviços”.

Durante a sessão de lançamento da campanha #TuPodes Visita Portugal, a secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, referiu os “meses muito difíceis” vividos por um sector que parou de receber turistas, mas salientou o trabalho e preparação que foram sendo feitos, tendo em conta a pandemia do novo coronavírus. Neste contexto precisou que cerca de 14 mil empresas já aderiram ao selo “Clean & Safe” e que 15 mil trabalhadores já receberam formação.

“É o tempo de reconquistarmos o espaço público. Com cautela, com as máscaras, normas de higiene”, afirmou, por sua vez, o ministro de Estado e da Economia, Pedro Siza Vieira, recordando que há “tanta coisa para ver” no país, “agora com olhos desconfinados”.