Há mais sete mortes e 283 novos casos em Portugal – 76% deles na região de Lisboa e Vale do Tejo
Mais de 83% dos profissionais de saúde infectados já recuperaram da infecção. Dos 14 mil testes feitos em empresas da região de Lisboa, 95% deram negativo.
Portugal registou sete novas mortes por covid-19 nas últimas 24 horas. Quanto ao número de novos casos, houve um aumento de 0,8% que corresponde a mais 283 casos de infecção (num total de 36.463 casos). Na região de Lisboa e Vale do Tejo há mais 215 casos, 76% do total de novos casos registados nas últimas 24 horas.
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Portugal registou sete novas mortes por covid-19 nas últimas 24 horas. Quanto ao número de novos casos, houve um aumento de 0,8% que corresponde a mais 283 casos de infecção (num total de 36.463 casos). Na região de Lisboa e Vale do Tejo há mais 215 casos, 76% do total de novos casos registados nas últimas 24 horas.
Os dados foram divulgados este sábado no boletim epidemiológico da Direcção-Geral da Saúde (DGS), que todos os dias é actualizado com a informação recolhida até à meia-noite do dia anterior.
Já recuperaram da infecção 22.438 pessoas. Há ainda 428 pessoas internadas (menos 12 do que no dia anterior) e 77 em unidades de cuidados intensivos (mais quatro do que na sexta-feira).
No boletim divulgado na sexta-feira, contava-se apenas uma morte (registada na região Norte). O número de óbitos cifrava-se nos 1505 e o número de casos em 36.180, mais 270 do que no dia anterior.
"Portugal não se coloca em comparação com outros países"
Na conferência de imprensa deste sábado, o secretário de Estado da Saúde disse que 96,6% dos casos activos em Portugal encontram-se a recuperar em casa, enquanto 3,4% dos casos estão internados. Desses, 0,6% estão em unidades de cuidados intensivos e 2,8% em enfermaria. A taxa de letalidade da covid-19 no país é de 4,1% e a taxa de letalidade acima dos 70 anos é de 17,4%, disse ainda o governante.
E deu “uma boa notícia”: mais de 83% dos profissionais de saúde infectados já recuperaram, o que significa que há mais de 2800 profissionais que já regressaram aos seus serviços.
Nos rastreios feitos em empresas da região de Lisboa, foram feitos mais de 14 mil testes e, desses, 5% deram resultado positivo para a infecção pelo coronavírus SARS-CoV-2 (que causa a doença covid-19). Os restantes 95% estavam negativos. “Os que poderão ainda não estar” consagrados nos números dos boletins epidemiológicos divulgados até este sábado “entrarão com certeza nos próximos dias”, afirmou António Lacerda Sales.
Num balanço da situação em Portugal, o secretário de Estado diz que não houve uma sobrecarga dos serviços de cuidados intensivos, ainda que o esforço dos profissionais que lá trabalhem tenha sido grande. “Dos ventiladores invasivos que chegaram a Portugal entre compras e doações, já foram entregues mais de 680. A capacidade de medicina intensiva aumentou de 629 para 819 camas, mais 23%. O nosso objectivo é chegar ao fim do ano com um rácio de 9,4 camas por 100 mil habitantes”, explicou ainda.
Confrontado com os dados que apontam Portugal como o segundo país da União Europeia com maior número de casos diários, António Lacerda Sales reforçou a confiança na estratégia adoptada pelo país no combate à pandemia, relembrando as estatísticas positivas. Na região de Lisboa e Vale do Tejo, há cinco concelhos – Loures, Amadora, Odivelas, Lisboa e Sintra –, adiantou, reforçando a necessidade de encontrar respostas para a quebra de cadeias de transmissão.
“Estamos perante uma maratona. Da mesma forma que não nos considerámos ‘bestiais' na primeira fase, também não nos consideramos o oposto na segunda. Isto não é uma disputa por países, pelo contrário. Portanto, Portugal não se coloca em comparação com outros países. Temos uma estratégia que passa por proteger faixas mais vulneráveis e posso dizer que a incidência em pessoas com mais de 60 anos baixou de 36% para 31,3%. A pressão nos serviços de saúde nunca foi uma que sobrecarregasse quer internamentos quer os cuidados intensivos. Temos como recuperados mais de 80% dos nossos profissionais e outros dados que sem quereremos fazer comparações são para nós motivo de orgulho”, explicou António Lacerda Sales.
Questionada sobre a localização de dezenas de novos casos na China relacionados com um mercado de alimentos, posteriormente encerrado pelas autoridades chinesas, a directora-geral da Saúde, Graça Freitas, admitiu que este aparente regresso do vírus é um factor de preocupação. “Estamos numa pandemia e temos verificado que há focos e epidemias localizadas controladas [que regressam]. Não podemos estar descansados, o vírus circula a nível planetário e tem ganhado muito terreno nos últimos tempos. Há a América Latina, a Ásia e é com grande preocupação que assistimos com preocupação. Mas [esta situação] não era algo inesperado”, afirmou.
Banho no ginásio? "O cliente tem de ver se estão mantidas as condições de segurança"
A partir de sexta-feira, voltou a ser possível tomar banho nos ginásios, depois de uma actualização à orientação que regula a utilização destes espaços. Questionada sobre esta alteração, Graça Freitas explica que há três responsáveis pela manutenção e verificação das condições de higiene e segurança.
“A legislação alterou e alterámos também a regra. Há uma primeira fase em que o cliente que utiliza as instalações tem a alternativa de o fazer em casa e não no local onde fez a actividade física. Se optar por essa opção, voltamos a essa questão: o próprio cliente tem de ver se estão mantidas as condições de segurança para a utilização destes chuveiros. A entidade que é responsável pelo ginásio não pode deixar de ter responsabilidades e tem de manter essas condições. O terceiro anel do controlo sanitário é da entidade que fiscaliza”, adiantou a directora-geral da Saúde.
Graças Freitas adiantou ainda que serão conhecidas este sábado as regras de adaptação dos centros de ATL (Actividades de Tempos Livres) para a reabertura, agendada para a próxima segunda-feira, dia 15 de Junho.