Edifícios e murais na Grande Lisboa vandalizados com frases “xenófobas e racistas”
Conselho Português para os Refugiados vai apresentar queixa junto das autoridades. Várias entidades falam em frases “racistas” e “ameaças da extrema-direita”.
Vários edifícios, paredes e murais da região da Grande Lisboa foram esta sexta-feira vandalizados com frases “xenófobas e racistas” e com “ameaças da extrema-direita”. Um dos murais pichados fica no centro da Amadora e foi pintado em 2019 em homenagem a José Carvalho, dirigente do Partido Socialista Revolucionário (PSR) assassinado em 1989 por um grupo neonazi que atacou a sede daquele partido durante um concerto antimilitarista.
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Vários edifícios, paredes e murais da região da Grande Lisboa foram esta sexta-feira vandalizados com frases “xenófobas e racistas” e com “ameaças da extrema-direita”. Um dos murais pichados fica no centro da Amadora e foi pintado em 2019 em homenagem a José Carvalho, dirigente do Partido Socialista Revolucionário (PSR) assassinado em 1989 por um grupo neonazi que atacou a sede daquele partido durante um concerto antimilitarista.
“O mural que pintámos na Amadora em homenagem ao José Carvalho foi vandalizado com ameaças da extrema-direita. Aqui continuamos sem medos o combate anti-fascista e anti-racista!”, escreveu o grupo responsável pela pintura no Facebook. “Brevemente os nossos inimigos irão conhecer o preço do sangue” e “guerra aos inimigos da minha terra” são as frases que foram escritas junto ao mural de José Carvalho.
Também um dos edifícios do Conselho Português para os Refugiados (CPR) situado na Bobadela, no concelho de Loures, foi vandalizado com frases “xenófobas e racistas”, avançou a associação em comunicado e confirmou o PÚBLICO junto de fonte da Direcção.
“Na sequência dos actos de xenofobia e de racismo expressos nos muros externos vandalizados do Centro de Acolhimento para Refugiados na Bobadela, durante a última madrugada, o Conselho Português para os Refugiados manifesta sua preocupação e repudia veementemente qualquer atitude de violência e de ódio na sociedade portuguesa”, lê-se no comunicado divulgado na noite desta sexta-feira através do Facebook.
Ao PÚBLICO, Mónica Farinha, presidente do CPR disse que a associação vai apresentar queixa junto das autoridades.
Através do Twitter, também o dirigente e deputado municipal do Bloco de Esquerda (BE) Ricardo Moreira divulgou esta sexta-feira uma série de fotografias de “pinturas racistas” feitas na escola Eça de Queiroz, nos Olivais, em Lisboa” e afirma que o partido “condena o raide de pinturas de direita racista e xenófoba em Lisboa”. Nas paredes da escola podem ler-se frases como “Portugal é branco”, “a Europa é branca” ou “deportação de minorias já”.
O caso surge na mesma semana em que a estátua do Padre António Vieira, no Largo Trindade Coelho, em Lisboa, foi vandalizada com a palavra “descoloniza” pintada a vermelho. A boca, mãos e hábito do clérigo foram tingidas de vermelho e no peito das crianças indígenas que estão representadas à sua volta foi pintado um coração. Durante a noite de quinta-feira, a Câmara de Lisboa procedeu à limpeza da estátua.