Coliseu de Lisboa reabre portas este sábado com um especial da Rua das Pretas
Projecto de Pierre Aderne assinala reabertura da sala. Maria João e Tito Paris estão entre os convidados de um espectáculo que reúne vários músicos.
Não é a primeira vez que o projecto Rua das Pretas se apresenta no Coliseu dos Recreios, mas agora tem um significado especial: é o espectáculo com que a histórica sala lisboeta reabre ao público, este sábado, às 21h30. E servirá de rampa de lançamento para um novo disco deste projecto animado pelo cantor e compositor brasileiro Pierre Aderne, e em torno do qual têm vindo a juntar-se diversos músicos e intérpretes ao longo dos últimos anos.
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Não é a primeira vez que o projecto Rua das Pretas se apresenta no Coliseu dos Recreios, mas agora tem um significado especial: é o espectáculo com que a histórica sala lisboeta reabre ao público, este sábado, às 21h30. E servirá de rampa de lançamento para um novo disco deste projecto animado pelo cantor e compositor brasileiro Pierre Aderne, e em torno do qual têm vindo a juntar-se diversos músicos e intérpretes ao longo dos últimos anos.
O nome do projecto vem da própria rua onde Pierre Aderne se instalou em Lisboa, depois de viver uns tempos no Poço dos Negros. Ali deu início a umas tertúlias musicais, juntando amigos em torno de canções e conversas, com comida e vinhos. Com o tempo, encontrou nova morada num palacete do Príncipe Real, mas o nome manteve-se. E, como Rua das Pretas, foi ali promovendo encontros regulares aos fins de tarde de sábado, passando por aquele espaço, só no primeiro ano, mais de 140 artistas e cerca de quatro mil participantes de 53 países. Enquanto isso, alargou-se a outras paragens: Porto, Paris, Nova Iorque e Madrid. E, numa parceria com produtores de vinhos portugueses, foi lançado um primeiro disco.
A pandemia da covid-19 veio alterar-lhe a rotina, mas a Rua das Pretas não parou. “Abrimos como sala de concertos virtual, com bilheteira online”, diz ao PÚBLICO Pierre Aderne. “E fizemos, ao longo destas semanas, temporadas do Pedro Luís (do Monobloco, do Rio de Janeiro), do Pedro Miranda (do samba carioca, da Gávea), um às quintas e outro às sextas, da Nancy Vieira aos domingos e da Rua das Pretas aos sábados. Embora longe dos resultados habituais, correu super bem, gerando um conforto para as pessoas.”
O público, esse, ia acedendo através das redes sociais, comprando o respectivo bilhete. “A gente manteve o palacete sem público, fazendo as transmissões directamente de lá. Para maximizar a experiência, alargámos a parceria com os produtores de vinhos portugueses e as pessoas quando compravam o bilhete tinham opção de comprar um pack com três vinhos que era entregue em sua casa. Foi isso que conseguiu gerar sustentabilidade para o projecto e para as famílias de músicos e de produtores que o integram.”
Novo disco em estreia
Antes de ser declarada a pandemia, tinha sido gravado um novo disco, em Fevereiro, no palacete do Príncipe Real. Que, diz Pierre, começará a ser divulgado este sábado. “Vamos disponibilizar agora duas faixas, A sombra do meu chapéu [Pierre Aderne e Gabriel Moura] e Lisboa de Janeiro [de Pierre Aderne], mas iremos lançar o álbum aos poucos durante o mês de Junho.” As restantes faixas deste novo disco são: Meu Maracanã (de Pierre Aderne e Gabriel Moura), Eu não sei compor um fado (Pierre Aderne), Dá-me a dança (Pierre Aderne), Nau-Frágil (Pierre Aderne e Márcio Faraco), Fado sexta-feira (Pierre Aderne e Gastão Villeroy), A cor dos teus olhos (Francis Hime e Pierre Aderne), Desce um Carnaval (Pierre Aderne e Pedro Luís) e Rio de tanto ser (José Eduardo Agualusa e Pierre Aderne).
Além de Pierre, “fazem parte da teia que une Brasil, Portugal e Cabo Verde neste disco” Joana Amendoeira, Nani Medeiros, Nilson Dourado, Walter Areia, João Pita, Eliane Rosa, Stephan Almeida, Rui Poço e o produtor musical venezuelano Hector Castillo, que assegurou a gravação.
O espectáculo desta noite, numa co-produção com o Coliseu, decorrerá, como o anterior, apenas no palco, mas com uma novidade: “O Eurico João, que faz os palcos do Rock In Rio, criou um desenho que vai ser mais arena do que das outras vezes e onde o público vai ficar em ilhas suspensas. O palco tem 500 metros quadrados, nós vamos ficar em baixo e o público ficará mais elevado, com espaço entre as ilhas, como num teatro romano.”
O palco do Coliseu, diz Pierre Aderne, foi assim adaptado para receber cerca de 120 pessoas. Com Pierre por anfitrião, o espectáculo conta com as cantoras Nani Medeiros e Joana Amendoeira e os músicos João Pita (violão 7 cordas), Walter Areia (contrabaixo), Nilson Dourado (viola caipira e percussão) e Rui Poço (guitarra portuguesa). Participam ainda, como convidados, neste Ruas das Pretas especial, Maria João e Tito Paris.