PCP quer “garantia de controlo público da TAP”
Na quarta-feira, o Estado português recebeu autorização da Comissão Europeia para apoiar a TAP num montante até 1,2 mil milhões de euros, num um “empréstimo de emergência” com duração de seis meses
O PCP reiterou esta quinta-feira a necessidade de o Estado nacionalizar a TAP, recusando o que classifica de “imposições da União Europeia” ou que a companhia fique “refém dos interesses” dos accionistas privados.
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O PCP reiterou esta quinta-feira a necessidade de o Estado nacionalizar a TAP, recusando o que classifica de “imposições da União Europeia” ou que a companhia fique “refém dos interesses” dos accionistas privados.
Na quarta-feira, o Estado português recebeu autorização da Comissão Europeia para apoiar a TAP num montante até 1,2 mil milhões de euros, num um “empréstimo de emergência” com duração de seis meses. Caso o montante não seja devolvido pela empresa nesse período, terá de ser apresentado a Bruxelas um plano de reestruturação da companhia aérea de bandeira.
“O futuro da TAP não pode estar dependente nem das imposições da União Europeia (claramente empenhada em promover a concentração da propriedade no sector da aviação civil favorável às grandes potências e ao grande capital), nem refém dos interesses dos accionistas privados da empresa que já se revelaram incapazes de a defender”, defende o PCP, em comunicado de imprensa.
Para os comunistas, o papel da TAP “ao serviço do desenvolvimento do país só será assegurado mediante a propriedade, controlo e gestão pública da empresa”.
O PCP considera que a “profunda degradação da situação financeira” da TAP - que atribui quer à paragem de actividade devido à covid-19, quer a “opções de gestão contrária” aos interesses do país” - vai exigir uma recapitalização da empresa.
“O que é inaceitável é que os recursos mobilizados para a sua recapitalização não sejam acompanhados simultaneamente da transformação dessa entrada de capital em garantia de controlo público e nacionalização da empresa”, criticam.
O PCP refere-se ainda à “admissão por parte do Governo da entrada da Lufthansa no capital da TAP”, considerando que tal seria “um motivo acrescido de preocupação”.
“A TAP deve constituir um importante instrumento para o desenvolvimento do país e não um apêndice de uma qualquer companhia aérea estrangeira, o que significaria a sua destruição enquanto companhia aérea de bandeira”, defende o partido.
Na quarta-feira, o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, afirmou que a TAP pode ter actualmente uma dimensão superior àquela de que vai necessitar nos próximos anos, sendo esta uma das condições da Comissão Europeia para aprovar apoio.
No entanto, o governante disse julgar ser possível apresentar à Comissão Europeia “um bom caso” que não tenha como consequência uma “restruturação excessiva da TAP”.
Sublinhando a necessidade de ajustar as dimensões da companhia aérea às suas necessidades futuras, Pedro Nuno Santos admitiu que “não seria sério” tentar passar a ideia de que uma restruturação da transportadora aérea pode ser feita sem consequências, por exemplo, nas frotas e nos trabalhadores.
“O governo português não quer uma TAP pequena, quer uma TAP com a dimensão necessária para fazer face às necessidades da economia”, garantiu o governante.
Em falta está ainda a decisão por parte dos accionistas privados de aceitar as condições apresentadas pelo Estado para fazer esta intervenção.
A TAP recorreu, em 02 de Abril, ao programa de ‘lay-off’ simplificado, disponibilizado pelo Governo como uma das medidas de apoio às empresas que sofrem os efeitos da pandemia de covid-19.
A companhia está numa situação financeira agravada desde o início da crise provocada pela pandemia de covid-19, com a operação paralisada quase na totalidade.