Rio só trava Orçamento Suplementar se propuser política económica de fundo

Líder do PSD assumiu que não teria autorizado manifestação anti-racista.

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Rui Rio prevê que a intervenção do Estado na TAP "não vai correr bem" LUSA/MANUEL DE ALMEIDA

Rui Rio assumiu que só coloca linhas vermelhas no Orçamento Suplementar se a proposta do Governo se traduzir em “política económica de fundo”. Em entrevista esta segunda-feira à noite na TVI, o líder do PSD disse que não iria assistir ao espectáculo do humorista Bruno Nogueira, que teve a presença do primeiro-ministro e do Presidente da República, por considerar que não foi respeitado o distanciamento social e que pelo mesmo motivo nem teria autorizado a manifestação anti-racista se fosse ministro da Administração Interna.

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Rui Rio assumiu que só coloca linhas vermelhas no Orçamento Suplementar se a proposta do Governo se traduzir em “política económica de fundo”. Em entrevista esta segunda-feira à noite na TVI, o líder do PSD disse que não iria assistir ao espectáculo do humorista Bruno Nogueira, que teve a presença do primeiro-ministro e do Presidente da República, por considerar que não foi respeitado o distanciamento social e que pelo mesmo motivo nem teria autorizado a manifestação anti-racista se fosse ministro da Administração Interna.

Em vésperas de debate do Orçamento Suplementar, que vai reflectir a crise gerada pela pandemia, Rui Rio mantém a ideia de que irá olhar para o documento com benevolência. “O PSD não vai inundar o Orçamento Suplementar de propostas, mas pode fazer algumas”, disse, quando questionado sobre se vai exigir contrapartidas. Sem querer garantir o sentido de voto, Rio admitiu que não irá procurar justificar “esta ou aquela medida” para o chumbo. Quando a linhas vermelhas, o líder do PSD só coloca uma hipótese embora pouco credível: “Se viver um Orçamento com políticas económicas de fundo, com políticas de investimento de fundo então já não é Orçamento Suplementar”.

Relativamente às diferenças entre o programa de relançamento da economia do PSD e o do Governo, o líder social-democrata sublinha que a distinção tem a ver com o ponto de partida de cada um. O programa do Governo resulta de se ter pedido “medidas ao ministério A, ao B e ao C” enquanto o do PSD procurou responder à pergunta – “O que é que o país precisa”. Questionado sobre se o programa do Governo é assistencialista e desarticulado, Rui Rio respondeu: “Não vamos exagerar. Algumas medidas foram tiradas do nosso porque foi apresentado primeiro, mas até acho bem, não estou a criticar”.

Sobre a polémica gerada em torno das manifestações anti-racistas deste sábado, por causa da falta de distanciamento social, o líder do PSD considera que as autoridades “não actuaram bem” e é peremptório: se fosse ministro da Administração Interna não teria autorizado. Aliás, Rui Rio disse não ver motivos fortes para este tipo de iniciativas nesta altura. “Foi promovido por forças de esquerda, apesar de todos sermos contra o racismo. Ainda entendo na América, onde aquilo aconteceu, agora aqui em Portugal, mas a que propósito? Ainda ficamos é racistas com tanta manifestação anti-racista, não noto isso na sociedade portuguesa, não há racismo na sociedade portuguesa”, disse.

“Houve erros, claro que houve”

No mesmo sentido, Rio também não teria ido ao espectáculo “Deixem o Pimba em Paz, de Bruno Nogueira, no Campo Pequeno, onde compareceram o primeiro-ministro e o Presidente da República. Isso confunde as pessoas. Uma das coisas que temos à nossa frente é a percepção de que isto vai ficar bem. Por isso dissemos que não faríamos o Chão da Lagoa e o Pontal”, afirmou, depois de questionado sobre se Costa e Marcelo deram um mau exemplo.

A situação da pandemia na região de Lisboa e Vale do Tejo preocupa o líder do PSD, mas abstém-se de criticar o Governo apesar de haver uma “massa associativa” que não gosta da sua atitude. Rui Rio admite falhas na gestão da crise em todo o país. “Houve erros, claro que houve e se estivesse lá eu também havia”, disse, usando a ironia para os que têm a crítica fácil: “Estamos todos treinados a combater pandemias”.

Relativamente à TAP, o líder do PSD antevê que o processo “não vai correr bem”, que “dificilmente” estará de acordo com a solução que prevê: Vai haver um empréstimo de cariz obrigacionista, transforma-se em acções em que, se a TAP não pagar, o Estado fica com 60, 70 ou 80%, aí o Estado só passa a mandar se a empresa estiver tão mal que nem aquilo paga​”.