Pinto da Costa reeleito para chegar às quatro décadas

Dirigente vai cumprir o 15.º mandato consecutivo como presidente do FC Porto, depois de ganhar, com 69% dos votos, as eleições em que teve dois desafiantes.

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Sem qualquer ponta de surpresa, Jorge Nuno Pinto da Costa foi neste domingo reeleito como presidente do FC Porto para mais um mandato de quatro anos. Será o seu 15.º mandato consecutivo como líder dos “dragões” desde 1982 e, cumprindo este quadriénio, Pinto da Costa terá ultrapassado as quatro décadas no cargo (42 anos). Foi, como se esperava, uma vitória esmagadora do presidente em funções, com 68,65% dos votos, deixando bem longe os desafiantes José Fernando Rio (26,44%) e Nuno Lobo (4,91%), na primeira vez que as eleições no FC Porto tiveram mais do que um candidato desde 1991.

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Sem qualquer ponta de surpresa, Jorge Nuno Pinto da Costa foi neste domingo reeleito como presidente do FC Porto para mais um mandato de quatro anos. Será o seu 15.º mandato consecutivo como líder dos “dragões” desde 1982 e, cumprindo este quadriénio, Pinto da Costa terá ultrapassado as quatro décadas no cargo (42 anos). Foi, como se esperava, uma vitória esmagadora do presidente em funções, com 68,65% dos votos, deixando bem longe os desafiantes José Fernando Rio (26,44%) e Nuno Lobo (4,91%), na primeira vez que as eleições no FC Porto tiveram mais do que um candidato desde 1991.

Pinto da Costa ganhou em todas as mesas, desde a dos sócios mais antigos à dos mais recentes (todos têm um voto), e agradeceu a confiança transversal dos associados portistas. “Tenho de agradecer a todos os sócios que vieram votar e, de uma maneira especial, aos que confiaram em mim. Num momento que não é fácil para ninguém, vieram dar-me um voto de confiança e um sinal de estímulo que é muito importante para as batalhas que se seguem. O que posso prometer é colocar os interesses do FC Porto acima de tudo”, adiantou, após ter a reeleição garantida.

Esta eleição estava originalmente agendada para Abril, acabando por ser adiada pela pandemia da covid-19, que também motivou a realização do sufrágio em dois dias. Os portistas responderam em números generosos e da mesma forma que tem feito desde 1982.

Os 8480 sócios que foram às urnas no Dragão Arena (uma afluência recorde no século XXI, sendo que o recorde continuam a ser 10.700 votantes em 1988) durante o fim-de-semana votaram, mais uma vez, na continuidade de um presidente que conduziu o clube aos seus maiores êxitos, mesmo que o clube esteja a atravessar uma das suas maiores crises de sempre. Ainda assim, não deixou de ser significativo que estas eleições tenham tido mais do que um nome no boletim de voto, algo que só tinha acontecido em 1988 e 1991 - nem nas primeiras eleições, em 1982, Pinto da Costa teve oposição nas urnas.

Foi a bandeira de crise que os dois candidatos que não se chamavam Pinto da Costa foram agitando durante a campanha - um passivo de 444 milhões de euros -, mas o capital dos títulos acumulados ao longo dos últimos 38 anos, sobretudo no futebol, continua a gerar uma grande unanimidade, mantendo o dirigente a seu lado os “notáveis” do clube, como Fernando Gomes, Vítor Baía, André André Villas-Boas, Rui Moreira ou Fernando Madureira, o líder dos Super Dragões. 

Em quase quatro décadas, só o futebol portista conquistou 21 títulos de campeão nacional, 12 Taças de Portugal, 20 Supertaças, duas Taças dos Campeões Europeus/Liga dos Campeões, duas Ligas Europa, duas Taças Intercontinentais e uma Supertaça Europeia. Mas títulos passados não pagam dívidas e Pinto da Costa reconheceu no seu programa eleitoral que se recandidatava “a pensar nas dificuldades tremendas do presente”. “Se não sentisse entusiasmo e esperança num futuro melhor, não me tinha recandidatado. É no futuro que penso”, declarou após a vitória.

Uma coisa é certa. Sérgio Conceição vai continuar a ser o treinador da equipa de futebol, se assim o desejar. Foi uma garantia dada pelo próprio Pinto da Costa antes e depois de ser confirmada a sua reeleição. “Se o Sérgio Conceição quiser, enquanto eu for presidente, ele manter-se-á. Não posso garantir que será sempre ele o treinador porque, se ele não quiser, não o posso obrigar”, frisou Pinto da Costa ainda durante a tarde. Ao final da noite, já como presidente reeleito, reforçou essa posição em relação ao treinador: “Eu tenho total confiança nele e ele tem total confiança em mim.”

Pinto da Costa deixou ainda, de uma forma resumida, as suas prioridades para este 15.º mandato, em que irá ter algumas mudanças na equipa (a nova direcção toma posse nesta terça-feira), entre elas a nomeação do antigo goleador portista Fernando Gomes para o futebol de formação. “São muitas prioridades. O centro de estágio, manter a competitividade, fazer crescer a massa associativa e mantê-la unida. Quero deitar-me com a consciência tranquila e sem medo de ninguém”, declarou Pinto da Costa, referindo ainda que vai nomear uma comissão para estudar a reformulação dos estatutos do clube.

Será este o último mandato de Pinto da Costa como presidente do FC Porto, ou ainda irá a eleições em 2024? Nem o próprio sabe responder - ou, se sabe, não o quis dizer: “É mais de metade de uma vida dedicada ao FC Porto. Abracei esta paixão e fá-lo-ei com o mesmo entusiasmo e a mesma esperança. Último mandato? Só faço previsões a três anos. Quatro anos, não sei.”