Covid-19 chegou ao coração da Amazónia e já há mais de cinco mil indígenas infectados
A pandemia chegou ao coração da floresta e há 93 povos afectados pela doença. O país com mais casos de covid-19 registados entre indígenas é o Peru, com 2191, seguido da Colômbia (1809) e do Brasil (1346).
Pelo menos 5628 indígenas que vivem na floresta amazónica em nove países da América do Sul estão infectados e 548 morreram devido à covid-19, diz um levantamento da Rede Eclesial Pan-Amazónica (Repam).
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Pelo menos 5628 indígenas que vivem na floresta amazónica em nove países da América do Sul estão infectados e 548 morreram devido à covid-19, diz um levantamento da Rede Eclesial Pan-Amazónica (Repam).
A organização, ligada à Igreja Católica, reúne dados sobre o número de indígenas infectados em todos os países que partilham a maior floresta tropical do mundo (Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela) em parceria com a Coordenação das Organizações Indígenas da Bacia Amazónica (Coica).
O último levantamento, com dados até terça-feira, indica ainda que 93 povos indígenas da floresta amazónica já foram afectados pela doença do coronavírus.
O país com mais casos de covid-19 registados entre indígenas é o Peru, com 2191, seguido da Colômbia (1809) e do Brasil (1346).
O Peru também registou o maior número de indígenas mortos na (349), seguido do Brasil (151) e da Bolívia (21).
O levantamento adianta que houve um grande crescimento no número de casos detectados entre o final de Maio e o início de Junho.
Um relatório anterior, com dados até 26 de Maio, indicava 2278 infecções entre indígenas da Amazónia e 506 mortes causadas pela covid-19, que atingia 73 povos.
Assim, o número de casos mais do que duplicou esta semana.
A Repam alertou que a pandemia, que já se tornou uma verdadeira tragédia em cidades como Manaus e Belém, no Brasil, ou em Iquitos no Peru, chegou ao coração da floresta, especialmente nos rios que cortam a fronteira entre o Brasil, Peru e a Colômbia, e junto aos quais habitam milhares de indígenas.
Especialistas de organizações multilaterais, como a Organização Pan-Americana da Saúde, têm expressado reiteradamente preocupação com os dados da proliferação da doença na América do Sul, que enfrenta a pandemia em emergência sanitária e económica, que inclui um número acentuado de casos em grupos vulneráveis, como as populações indígenas.