Maddie: Ministério Público alemão assume que criança está morta

Investigador não descartou o sequestro da criança, nem um ataque provocado por motivos sexuais, mas sublinha que a investigação indica que “a criança está morta”.

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Madeleine McCann desapareceu poucos dias antes de fazer quatro anos, a 3 de Maio de 2007 DR

O Ministério Público de Braunschweig, na Alemanha, assumiu esta quinta-feira que Madeleine McCann, desaparecida em 2007 no Algarve aos três anos de idade, está morta.

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O Ministério Público de Braunschweig, na Alemanha, assumiu esta quinta-feira que Madeleine McCann, desaparecida em 2007 no Algarve aos três anos de idade, está morta.

“Gostava de começar por dizer que na investigação do desaparecimento da criança britânica Madeleine McCann, com três anos, da Praia da Luz, no Algarve, assumimos que a menina está morta,” afirmou Christian Wolters, procurador e porta-voz, durante uma declaração à imprensa sem direito a perguntas.

A polícia inglesa continua a encarar esta investigação como um caso de desaparecimento.

Na quarta-feira, o investigador Christian Hoppe, do Bundeskriminalamt (BKA), o Departamento Federal de Polícia Criminal da Alemanha, revelou que Madeleine McCann pode ter sido alvejada, quando o suspeito assaltava o apartamento da família e que pode estar morta.

Numa entrevista à estação televisiva ZDF, Hoppe não descarta ainda assim o sequestro da criança, nem um ataque provocado por motivos sexuais, mas sublinha que a investigação indica que “a criança está morta”. “Não podemos excluir essa possibilidade. Mas também é possível que o suspeito, após uma intenção inicial de roubo, tenha depois cometido um crime sexual”, avançou.

Num comunicado oficial do BKA, pode ler-se que o suspeito, um cidadão alemão de 43 anos, que se encontra preso na Alemanha, foi acusado de vários crimes, entre eles “abuso sexual de crianças”.

O investigador acrescenta que o homem, agora investigado pelas autoridades de Portugal, Reino Unido e Alemanha, está a cumprir pena de prisão por crimes sexuais contra menores e delitos de droga. “Além do infractor inicial, pode haver outros que souberam do crime, da localização do corpo de Maddie ou até que tenham participado”, respondeu, quando questionado sobre a existência de cúmplices.

A primeira pista sobre o suspeito terá surgido em 2013, mas revelou-se insuficiente para uma detenção ou investigação. Mas outras provas que foram surgindo acabaram por dar-lhe força.

O homem de 43 anos, de origem alemã, terá vivido no Algarve durante períodos entre 1995 e 2007 e tido vários trabalhos. O comunicado refere ainda que “outras evidências sugerem que cometeu vários crimes, incluindo roubo em cadeias de hotéis e casas de férias, e tráfico de drogas”.

O Ministério Público de Braunschweig, no Estado da Baixa Saxónia, está também envolvido na investigação, porque foi nesta região que o suspeito residiu antes de deixar o país. O BKA sublinha estar a trabalhar na investigação em estreita cooperação com as autoridades britânicas e portuguesas, apelando a todos os alemães, numa mensagem já difundida num programa do canal ZDF, a que colaborem com informações que possam ser úteis.

As autoridades alemãs estão a tratar o caso como um assassinato, embora a polícia britânica tenha dito que o processo continua aberto como” inquérito a pessoa desaparecida”.

Madeleine McCann desapareceu poucos dias antes de fazer quatro anos, a 3 de Maio de 2007, do quarto onde dormia juntamente com os dois irmãos gémeos, mais novos, num apartamento de um aldeamento turístico, na Praia da Luz, no Algarve.

A polícia britânica começou por formar uma equipa em 2011 para rever toda a informação disponível, abrindo um inquérito formal no ano seguinte, tendo até agora despendido perto de 12 milhões de libras (14 milhões de euros). 

A Polícia Judiciária portuguesa reabriu a investigação em 2013, depois de o caso ter sido arquivado pela Procuradoria-Geral da República em 2008, ilibando os três arguidos, os pais de Madeleine, Kate e Gerry McCann, e um outro britânico, Robert Murat.