Fim do teletrabalho ou a obsessão pela normalidade
A dinâmica dos últimos meses em teletrabalho demonstrou aos mais desatentos que, afinal, para algumas funções é possível ser tão ou mais produtivo à distância.
O jogo de palavras entre colegas da mesma empresa dança ao compasso expectante da mesma nota. “E tu, já voltaste?” Na tentativa falhada de ignorar a mudança nos métodos de trabalho, o estado do nosso planeta e este desacelerado modo de viver, existe ainda uma abordagem que recusa observar o impacto do teletrabalho, e que funciona como âncora de salvação para uma postura conservadora que ainda deseja um dia passado entre a agitação do escritório e as nuvens de fumo do trânsito, esquecendo assim o que a História nos ensina.
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O jogo de palavras entre colegas da mesma empresa dança ao compasso expectante da mesma nota. “E tu, já voltaste?” Na tentativa falhada de ignorar a mudança nos métodos de trabalho, o estado do nosso planeta e este desacelerado modo de viver, existe ainda uma abordagem que recusa observar o impacto do teletrabalho, e que funciona como âncora de salvação para uma postura conservadora que ainda deseja um dia passado entre a agitação do escritório e as nuvens de fumo do trânsito, esquecendo assim o que a História nos ensina.
São as crises que transformam as sociedades. Depois do telefone e da televisão, o teletrabalho veio para ficar. Voltando à vaca fria, não deixa de ser curioso que estas vozes preocupadas com os possíveis abusos laborais provenientes do teletrabalho sejam as mesmas que nunca abordaram a injustiça dos falsos recibos verdes, dos congelamentos de salários ou da falta de pagamento de horas extraordinárias. O facto que demonstra que quanto menos feliz o trabalhador for, menos produzirá, justifica a necessidade do teletrabalho ser uma opção. Já a presença da tecnologia não é uma opção, é a realidade.