Covid-19: Meta-análise confirma que uso de máscaras e distanciamento ajuda à protecção

Publicado na revista médica The Lancet, o estudo lembra que medidas adicionais, como a higienização das mãos, são essenciais para reduzir as probabilidades de transmissão do coronavírus SARS-CoV-2.

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Máscaras ajudam a proteger da infecção do novo coronavírus Paulo Pimenta

Uma meta-análise confirma que o uso de máscaras, viseiras e o distanciamento físico é a melhor forma de uma pessoa evitar, embora não totalmente, ser infectada pelo vírus da covid-19 ou infectar outras pessoas. 

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Uma meta-análise confirma que o uso de máscaras, viseiras e o distanciamento físico é a melhor forma de uma pessoa evitar, embora não totalmente, ser infectada pelo vírus da covid-19 ou infectar outras pessoas. 

Os autores do trabalho, publicado na revista médica britânica The Lancet, lembram que medidas adicionais, como a higienização das mãos, são essenciais para reduzir as probabilidades de transmissão da infecção.

A meta-análise, em parte financiada pela Organização Mundial da Saúde, destinatária do trabalho, sintetiza a informação de dezenas de estudos divulgados até 3 de Maio, em 16 países, sobre meios de prevenção da transmissão da covid-19 e das doenças respiratórias infecciosas semelhantes SARS e MERS, igualmente causadas por coronavírus, mas estirpes diferentes do SARS-CoV-2, que provoca a covid-19.

Os estudos reúnem informação sobre as medidas de prevenção da transmissão da infecção na covid-19, SARS e MERS entre doentes ou suspeitos e contactos próximos, como familiares, cuidadores e profissionais de saúde.

A análise de dados de nove estudos, que incluíram 7782 participantes, concluiu que o risco de infecção cai de 13% para 3% quando as pessoas se mantêm afastadas mais de um metro e não apenas um metro da pessoa infectada. Os autores ressalvam que o grau de certeza da avaliação de risco que foi feita é moderado, assinalando que nenhum dos estudos quantificou se o distanciamento físico acima de dois metros é mais eficaz.

Treze estudos, que englobaram 3713 participantes, concluíram que o risco de infecção ou transmissão dos vírus da covid-19, SARS e MERS diminui dos 16% para os 6% quando uma pessoa usa viseiras ou óculos. Segundo os investigadores que conduziram a meta-análise, o nível de certeza da avaliação do risco associado à utilização de meios de protecção ocular é, no entanto, baixo.

Por sua vez, a análise de dados de dez estudos, que integraram 2647 participantes, concluiu que o risco de infecção ou contágio cai de 17% para 3% quando é usada uma máscara. Mais uma vez, o grau de certeza da avaliação do risco é baixo, sendo que foi considerado, sobretudo, o uso de máscara nos agregados familiares e entre os contactos próximos de casos de infecção.

Os autores da meta-análise reconhecem algumas limitações no seu trabalho, como o facto de a maioria dos estudos sobre máscaras reportar-se à SARS e à MERS e o efeito do tempo de exposição aos vírus destas duas doenças e da covid-19 no risco de transmissão não ter sido verificado.

A nível mundial, a pandemia da covid-19 já provocou mais de 372 mil mortos e infectou mais de 6,1 milhões de pessoas. Mais de 2,5 milhões de doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 1424 pessoas das 32.700 confirmadas como infectadas, e há 19.552 casos recuperados, segundo o boletim desta segunda-feira da Direcção-Geral da Saúde.