Quem garante a retaguarda das mulheres na frente do combate à covid-19?
A desigualdade persiste. Na linha da frente houve mulheres que tiveram de continuar a organizar a lida da casa ou de arranjar substituta, mas também mulheres que contaram com os companheiros para assegurar os cuidados dos filhos e as tarefas domésticas. Sairão algumas famílias desta pandemia menos assimétricas? Estará a sociedade pronta para valorizar mais as profissões associadas à prestação de cuidados?
Georgina Costa trabalhara dez anos nos cuidados intensivos do Hospital de Gaia, mas já estava há 20 no bloco operatório. Perante a crise de saúde pública, o bloco transformara-se numa unidade de cuidados intensivos. De repente, tinha de se enfiar num fato, de usar cobre-botas, luvas, touca, “máscara sufocante”, óculos ou viseira. E de cuidar outra vez de gente entre a vida e a morte. “Será que ainda sei lidar com estes doentes?”