Covid-19: quase mil óbitos por dia no Brasil

A Amazónia tem uma das mais altas taxas de infecção e um mais precários sistemas de saúde pública do país.

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Jair Bolsonaro este domingo junto de uma manifestação de apoiantes em Brasília UESLEI MARCELINO/Reuters

O número de óbitos por covid-19 no Brasil chegou quase aos mil por dia, o que significa que o país é agora o quarto em número de mortes, a seguir aos Estados Unidos, Reino Unido e Itália. Já morreram da doença 28.834 pessoas

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O número de óbitos por covid-19 no Brasil chegou quase aos mil por dia, o que significa que o país é agora o quarto em número de mortes, a seguir aos Estados Unidos, Reino Unido e Itália. Já morreram da doença 28.834 pessoas

Segundo o Ministério da Saúde brasileiro, nas últimas 24 horas morreram 956 pessoas. Os casos confirmados são, de acordo com a Johns Hopkins University, 498.440. Só os Estados Unidos têm mais, com 1.77 milhões.

O número de mortos no Brasil tem vindo a duplicar a cada 15 dias, quando no Reino Unido esse salto se deu em dois meses no Reino Unido, em quatro meses em França e em cinco meses na Itália.

E os especialistas dizem que o número real de óbitos no Brasil deverá ser bastante superior, não se sabendo a dimensão correcta devido à falta de diagnósticos.

Apesar dos números, a política do Governo do Presidente Jair Bolsonaro tem-se mantido, com o argumento de que a derrocada económica será pior do que a pandemia. Bolsonaro tem falado na “tirania dos governadores” e rejeita confinamento e isolamento social - e tem defendido o regresso dos jogos de futebol.

Neste domingo, o Papa Francisco apontou o foco para a região da Amazónia, onde há uma das mais altas taxas de infecção e que tem dos mais precários sistemas de saúde pública do Brasil. 

“Pedimos ao espírito santo que ilumine e dê força à Igreja e à sociedade da Amazónia, que tem sido duramente afectada pela pandemia”.

A América do Sul e Central são neste momento, e segundo os especialistas, as regiões do planeta onde há maior disseminação da doença. Isto devido à conjugação de sistemas de saúde pouco fortes e que estão debaixo de grande pressão e de respostas hesitantes ou inadequadas por parte dos governos à gravidade da pandemia. 

A América Latina atingiu no sábado os 50 mil óbitos e quase um milhão de infecções, segundo os registos. Brasil, Chile, México e Peru são os países mais afectados. O Brasil tem quase metade de mortes e casos.