Cuidar do Porto invisível, a sonhar uma outra cidade: a missão centenária da Benéfica
Criaram uma “equipa covid-19” e foram retaguarda de doentes com alta hospitalar no Porto. Em tempos pandémicos, o trabalho não parou – e até aumentou. Pequena viagem pelos dias da Associação Mutualista Benéfica e Previdente, da reabertura das creches ao apoio domiciliário. “Não somos a favor da esmola, somos a favor de direitos iguais para todos”
Júlio Oliveira esgotou as palavras. Ou então foram as palavras que perderam a batalha para a rispidez do silêncio. “Já fui muito falador”, afirma, máscara posta a tapar parte dos olhos, camisa amarela no corpo franzino. “Agora não… já falei quando era novo e trabalhava como vendedor.” O silêncio do homem de 74 anos é mistura de tristeza e solidão. “Vivo sozinho, não tenho ninguém.” Júlio Oliveira pronuncia-o sem mostrar fraquezas, mas em busca do fim da conversa, avisando mais uma vez estar na hora da ida ao barbeiro.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Júlio Oliveira esgotou as palavras. Ou então foram as palavras que perderam a batalha para a rispidez do silêncio. “Já fui muito falador”, afirma, máscara posta a tapar parte dos olhos, camisa amarela no corpo franzino. “Agora não… já falei quando era novo e trabalhava como vendedor.” O silêncio do homem de 74 anos é mistura de tristeza e solidão. “Vivo sozinho, não tenho ninguém.” Júlio Oliveira pronuncia-o sem mostrar fraquezas, mas em busca do fim da conversa, avisando mais uma vez estar na hora da ida ao barbeiro.