Teatros e cinemas podem reabrir na segunda-feira mas poucos o farão
Quase três meses depois, salas como os cinemas Ideal e Trindade, o Campo Pequeno e a Casa da Música, voltam a abrir as suas portas. Mas são excepções à regra.
As regras para a reabertura das salas de espectáculo e eventos culturais ao ar livre, divulgadas esta semana, exigem máscaras, lugares marcados, definição de vias de entrada e de saída, limpeza e desinfecção das instalações e recintos. Os organizadores de espectáculos e os titulares de salas, como cinemas e teatros, têm de assegurar a existência de “planos de contingência", garantir “higienização completa das salas, antes da abertura de portas e logo após o final de cada sessão”, assim como a “limpeza e desinfecção periódica das superfícies”, de instalações sanitárias e de “pontos de contacto”, e o treino dos seus funcionários, para que estejam em condições de reconhecer e isolar casos suspeitos de covid-19.
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As regras para a reabertura das salas de espectáculo e eventos culturais ao ar livre, divulgadas esta semana, exigem máscaras, lugares marcados, definição de vias de entrada e de saída, limpeza e desinfecção das instalações e recintos. Os organizadores de espectáculos e os titulares de salas, como cinemas e teatros, têm de assegurar a existência de “planos de contingência", garantir “higienização completa das salas, antes da abertura de portas e logo após o final de cada sessão”, assim como a “limpeza e desinfecção periódica das superfícies”, de instalações sanitárias e de “pontos de contacto”, e o treino dos seus funcionários, para que estejam em condições de reconhecer e isolar casos suspeitos de covid-19.
As salas que reabrirem já têm de o fazer com a lotação reduzida, respeitando as regras definidas pela Direcção-Geral da Saúde. Da rede de exibição cinematográfica, os cinemas Ideal (Lisboa) e Trindade (Porto) já tinham anunciado a reabertura de portas na segunda-feira, com programação, mas o mesmo não aconteceu ainda com as exibidoras que detêm grande parte do mercado de exibição, como a Nos Cinemas, a Cineplace ou a UCI. Também a Castello Lopes Cinemas anunciou na sexta-feira que os seis complexos que explora (Barreiro, Guimarães, Santarém, Rio de Mouro e Torres Novas) reabrirão a 4 de Junho, dia em que o Cinema da Villa, em Cascais, retomará igualmente a sua actividade.
A Nos fez já saber que as salas que explora “não abrirão na próxima segunda-feira”, sem avançar uma data para a reabertura. A Medeia Filmes anunciará na segunda-feira as condições de reabertura do cinema Nimas, em Lisboa, e a programação das primeiras quatro semanas, numa sessão que incluirá a exibição da cópia digital restaurada do filme A Cidade Branca (1983), de Alain Tanner, e que contará com a participação da ministra da Cultura, Graça Fonseca.
O espectáculo Deixem o Pimba em Paz, com Bruno Nogueira e Manuela Azevedo, que terá participações especiais de Salvador Sobral e Samuel Úria, vai “reabrir” o Campo Pequeno, em Lisboa, na segunda-feira. Parceria entre a Everything is New, a Força de Produção, o Campo Pequeno e a Audiomatrix, este espectáculo terá uma segunda apresentação na terça-feira. Para o mesmo local, está já marcado um outro concerto: o de Dino D"Santiago, no dia 6 de Junho.
A reabertura do Coliseu de Lisboa, a 13 de Junho, far-se-á com um espectáculo de Pierre Aderne e dos músicos da Rua das Pretas, com músicos e espectadores em palco, “com uma lotação muito reduzida”. Também em Lisboa, o Centro Cultural de Belém remeteu para os próximos dias informações sobre as condições de reabertura dos auditórios, a lotação permitida, as regras de palco e a programação, e a Fundação Calouste Gulbenkian indicou que está a fazer testes de palco com instrumentistas, tendo adiado para a primeira quinzena de Setembro o anúncio da nova temporada de música.
No Teatro Nacional de São Carlos, que tutela o Coro e a Orquestra Sinfónica Portuguesa, não há uma data de reabertura, mas “em breve” serão revelados os procedimentos de trabalho das duas formações musicais e alguma programação. Em quase todas as produções de ópera deste teatro, a orquestra actua a partir do fosso do palco, prática interdita pelas normas sanitárias em vigor.
Na segunda-feira, Dia Mundial da Criança, às 12h, o único teatro lírico português estreará o primeiro episódio da série O que é que a ópera tem? no seu site e nas redes sociais (Facebook, Instagram), que acolherão os restantes capítulos sempre à mesma hora, sempre à segunda-feira.
Embora os espectáculos de sala só recomecem em Setembro, o Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, já abriu portas e iniciou o trabalho sobre os espectáculos da temporada que ficaram “pendurados” em Março. O promotor Vasco Sacramento, da Sons em Trânsito, que explora o Capitólio, também na capital, disse que abrir uma sala no dia 1 de Junho não significa ter programação, porque “a retoma da produção de um espectáculo demora meses a preparar”.
No Porto, “não há condições para abrir a 1 de Junho” a Super Bock Arena, antigo pavilhão Rosa Mota, até porque o espaço está reservado para ser hospital de campanha até ao final de Julho, disse o promotor Jorge Lopes, que explora o espaço. Já a Casa da Música abre as portas na segunda-feira para um concerto da Orquestra Barroca, com “uma redução drástica” de 85% da lotação da sala, que pode acolher 1200 pessoas, mas apenas receberá 200. As salas do Teatro Nacional São João, por sua vez, só voltarão a receber espectáculos em Agosto: a 6, a Palmilha Dentada estreia O Burguês Fidalgo, a partir de Molière, no Teatro Carlos Alberto; a 20, a Castro, de António Ferreira, uma produção da casa com encenação do director artístico Nuno Cardoso, chega à Praça da Batalha no dia 20.
A Orquestra Jazz Matosinhos também celebra o regresso à actividade após meses de confinamento com um concerto da sua big band em casa, ou seja na Real Vinícola, às 19h de segunda-feira. O alinhamento incidirá sobre a época do jazz clássico, “revisitando algumas das mais importantes obras para grande orquestra de jazz, de Count Basie a Duke Ellington, passando por Sy Oliver, Gil Evans e Fletcher Henderson”, informa a instituição. A entrada de público na Real Vinícola irá acontecer por ordem de chegada e de forma controlada, seguindo todas as regras de segurança, a partir das 18h.
O Theatro Circo, em Braga, abre a 15 de Junho, com destaque para um projecto intitulado Sete Quintas Felizes, em sete quintas-feiras de Junho e Julho, que ainda está a ser finalizado.
Alguns espaços reabrem na segunda-feira, mas isso não quer dizer que acolham já público. O Teatro da Garagem, com sede no Teatro Taborda, em Lisboa, abre para a equipa de trabalho, mas só conta apresentar um “pequeno espectáculo” no final de Julho. A Barraca, também em Lisboa, terá os primeiros espectáculos nos dias 5 e 6 de Junho, uma iniciativa que reúne música, texto e poesia do poeta e dramaturgo andaluz Federico García Lorca.
O Meridional só retomará actividade de sala em Setembro, já que o espaço vai ser requalificado a nível eléctrico, pelo que ficará fechado durante o Verão.
No plano de “desconfinamento” faseado apresentado pelo Governo, as salas de espectáculo, teatro e cinemas serão os últimos espaços culturais a reabrir. A 4 de Maio reabriram as livrarias, as bibliotecas e os arquivos, e a 18 de Maio reabriram os museus, monumentos e palácios, galerias de arte e similares.