Marcelo pede aos cidadãos que ajudem à sobrevivência da Livraria Barata

O Presidente da República apontou a Barata como “um exemplo de resistência do livro e das livrarias independentes”.

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LUSA/NUNO FOX

O Presidente da República visitou nesta sexta-feira a Livraria Barata, em Lisboa, e pediu aos cidadãos que ajudem à sua sobrevivência neste “tempo muito difícil” para o sector livreiro e para a cultura em geral.

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O Presidente da República visitou nesta sexta-feira a Livraria Barata, em Lisboa, e pediu aos cidadãos que ajudem à sua sobrevivência neste “tempo muito difícil” para o sector livreiro e para a cultura em geral.

“Eu vim aqui agradecer e apelar: venham ajudar a Livraria Barata, para que ela possa realmente sobreviver e afirmar-se”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, apontando a Barata como “um exemplo de resistência do livro e das livrarias independentes”.

À saída da livraria, o Presidente da República congratulou-se com a notícia de que “a Feira do Livro de Lisboa será no final de Agosto, e logo a seguir dar-se-á início à Feira do Livro do Porto”.

“Lá estarei. Foi uma óptima notícia, de tal maneira que eu cancelei a Festa do Livro que seria na mesma ocasião em Belém, que há todos os anos, precisamente para não se sobrepor”, referiu.

O chefe de Estado informou que pretende manter uma agenda cultural com alguma intensidade nas próximas semanas: “Vou ao espectáculo do Bruno Nogueira na terça-feira. E logo que haja teatro, que salvo erro o primeiro vai ser o festival de teatro, a iniciativa de teatro de Almada, que reunirá vários grupos de teatro, lá estarei”.

“E quando houver cinema também lá quero ir, a uma das primeiras sessões de cinema”, disse.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, “o mundo da cultura, todo ele, foi talvez dos mais atingidos” pela pandemia de covid-19, “porque de repente parou praticamente tudo”.

“Mas eu promulguei agora uma lei da Assembleia da República que obriga os promotores a pagarem 50% daquilo que estava contratado - nem é preciso que seja contratado, que estava apalavrado, que estava em início de negociações - à cabeça, seja iniciativa pública, seja privada, desde que haja fundos públicos, sendo o resto pago a seguir, quando for reagendado e realizado aquilo que estava previsto ou programado”, assinalou.

Ainda sobre os efeitos económicos e sociais da covid-19, o Presidente da República considerou que “as pandemias punem mais os mais pobres do que os mais ricos” e, referindo-se aos bairros da região de Lisboa e Vale do Tejo com piores condições, adiantou: “Na segunda-feira vou visitar, porventura, a propósito da abertura das creches em termos obrigatórios e da educação pré-escolar, estruturas que penso que uma delas fica próxima de um desses bairros”.

Enquanto percorria as estantes da Barata, o Presidente da República falou novamente aos jornalistas sobre a sua experiência desta noite passada num hotel que, frisou, era “um hotel de três estrelas”, ali “mesmo ao lado” da livraria, onde chegou perto da meia-noite com o objectivo de “verificar ao vivo” as condições de higiene e segurança.

“É uma certa aventura a entrada, porque tem de haver uma desinfecção de tudo: malas, pastas, computadores, tudo criteriosamente. Mas é assim mesmo, para as pessoas ganharem confiança. Fui um dos 23 a ficar num hotel que nunca fechou e que está ligado à minha prática política passada”, relatou.

“Faltava-me essa experiência. Já faltam poucas: falta andar de avião, falta andar de comboio, o que tenciono fazer muito brevemente”, prosseguiu, acrescentando: “O avião será o último que utilizarei porque não preciso e não devo afastar-me agora do país nos próximos tempos”.