No Museu de Portimão há um tesouro com três canhões
O museu reabriu portas com artilharia pesada: três canhões do Rio Arade, recentemente classificados como Tesouro Nacional.
O desconfinamento, um aniversário e um tesouro em mãos. Foi com estas coordenadas que o Museu de Portimão reabriu portas ao público, depois do encerramento em meados de Março.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O desconfinamento, um aniversário e um tesouro em mãos. Foi com estas coordenadas que o Museu de Portimão reabriu portas ao público, depois do encerramento em meados de Março.
O recomeçar teve lugar a 18 de Maio, Dia Internacional dos Museus, e veio artilhado com um programa especial, dedicado ao 12.º aniversário deste equipamento cultural, com acesso virtual às exposições temporárias ali patentes até 15 de Novembro (via Facebook e no site): Cidade Europeia do Desporto 2019 e O Teatro da Caverna - 25 Anos (1994/2019).
A cereja no topo do bolo está na mostra central do museu, Portimão - Território e Identidade, representativa dos principais momentos da sociedade local com referência também aos muitos cruzamentos de povos e culturas que passaram pela região. É lá que podem ser vistos três dos dez canhões do Rio Arade, recentemente classificados como Tesouro Nacional pela Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) – os outros sete estão depositados no Centro Nacional de Arqueologia Subaquática da DGPC, em Lisboa.
As bocas-de-fogo, datadas do século XVII, foram recuperadas numa recolha arqueológica subaquática na foz do rio Arade, junto à Ponta do Altar, realizada entre 1993 e 2006. “De referir que estas dez ‘columbinas bastardas’, agora qualificadas como bem de interesse nacional ou Tesouro Nacional, são associadas ao contexto de naufrágio de um navio, eventualmente ao serviço da coroa espanhola, que terá ocorrido durante o período da União Ibérica, entre 1580 e 1640”, refere o comunicado do museu, acrescentando ainda que a descoberta da colecção de artilharia representa “um importante testemunho da navegação transoceânica da época e da passagem pela costa portuguesa das rotas de ligação entre Espanha e os seus territórios ultramarinos”.
O museu pode ser visitado terça, das 14h30 às 18h, e de quarta a domingo, das 10h às 18h. A entrada é gratuita ao domingo, entre as 10h e as 14h.