Ver espectáculos de máscara em salas semivazias? “É como ir ao teatro a Saturno”
Teatros e cinemas vão finalmente poder reabrir, e programadores, artistas e espectadores estão ansiosos pelo reencontro. O preço a pagar são lotações reduzidas, distâncias, máscaras obrigatórias? Assim seja. Mas estaremos mesmo a regressar a casa, ou a entrar numa terra estranha, onde comunidade e partilha são ficções que cada um de nós terá de imaginar a sós?
Dia 1 de Junho, os teatros, cinemas e outras salas de espectáculos vão poder reabrir, mas com apertadas regras de segurança. Um regresso ansiado por programadores, artistas e espectadores após o longo jejum imposto pela pandemia. Mas será mesmo um regresso? Ou essa experiência de fruição colectiva que é ver teatro ou dança ao vivo, mas também assistir à estreia dum filme, irá escoar-se pelas filas mortas e lugares vagos das salas e esbarrar na impassibilidade das máscaras, sejam elas cirúrgicas ou essas a que vimos chamando, com involuntária ironia, comunitárias?