Noiserv estreia Por arrasto, o novo single do álbum a editar em Setembro
Desde Dezembro que David Santos, o músico que conhecemos como Noiserv, edita todos os meses uma nova canção de um novo álbum com edição marcada para Setembro. Por arrasto é o single que nos oferece em Maio, estreado em exclusivo com o PÚBLICO e acompanhado de uma auto-entrevista de Noiserv.
O novo álbum só chegará em Setembro mas estamos a vê-lo formar-se perante nós, canção a canção, desde Dezembro passado, quando Noiserv apresentou Meio, o primeiro single a ser apresentado. Daí para cá, todos os meses, o autor de Almost Visible Orchestra foi-nos revelando novas peças do puzzle. Por vezes, a realidade batia-lhe de frente e eis-nos, no final de Março, a deparar-nos em pleno confinamento com uma canção chamada Parou.
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O novo álbum só chegará em Setembro mas estamos a vê-lo formar-se perante nós, canção a canção, desde Dezembro passado, quando Noiserv apresentou Meio, o primeiro single a ser apresentado. Daí para cá, todos os meses, o autor de Almost Visible Orchestra foi-nos revelando novas peças do puzzle. Por vezes, a realidade batia-lhe de frente e eis-nos, no final de Março, a deparar-nos em pleno confinamento com uma canção chamada Parou.
A pouco e pouco, camada a camada — ou seja, tal como é composta a sua música, essa criação meticulosa feita som sobre som sobre som — Noiserv está a revelar-nos aquilo que é hoje a sua voz criativa, após o início de percurso com o inglês como língua poética e após esse 00:00:00:00, editado em 2016, que recentrou a sua criatividade no diálogo íntimo com as teclas de um piano. Agora, é a vez de Por arrasto. É a sexta canção do novo álbum apresentada por Noiserv e, tal como aconteceu com as anteriores, tem vídeo criado em parceria com o leiriense Casota Collective. Aqui a apresentamos e aqui a apresenta Noiserv em auto-entrevista. É ele que faz as perguntas e que dá as respostas para que conheçamos melhor Por arrasto e o álbum que virá em Setembro.
Este é já o 6.º tema do disco que revelas desde Dezembro de 2019. Como surgiu esta estratégia de ir apresentando um tema por mês até à data de lançamento do novo disco?
Vivemos numa época em que os discos perdem validade muito rápido e acho que muitas vezes corremos até o risco de um disco se tornar velho e ultrapassado mesmo antes de ser ouvido. Por forma a contrariar isso, quis fazer diferente e revelar as músicas uma a uma, dando tempo a que o disco pudesse ser ouvido antes de estar todo disponível.
E o retorno à língua portuguesa? Querias voltar a um registo inteiramente em português?
O meu disco anterior, o 00:00:00:00, era também em português embora fosse maioritariamente instrumental. Desde essa altura que percebi que o disco seguinte seria também na língua portuguesa.
Como tem sido o feedback das 5 músicas que lançaste até agora? Na verdade é como se já tivesses um EP cá fora...
Acho que tem sido muito bom, há muito tempo que sentia a vontade do público para ouvir músicas novas. Sinto até que já se criou alguma expectativa pela última sexta-feira de cada mês, altura em que sai sempre uma música nova.
Por arrasto é o single que estreias com o Público. Porquê editá-lo neste momento? O que poderá ele significar para ti enquanto artista no momento que vivemos actualmente?
A música não está directamente ligada com o estado em que vivemos. Embora metaforicamente tudo se consiga unir, esta música em particular é muito pessoal.
Todos os vídeos até agora foram realizados com a colaboração dos Casota Collective. Como surgiu esta parceria e que valor traz ao disco todos os vídeos que já têm vindo a sair?
Acredito sempre que um disco não são apenas as canções. Todos os momentos criados para comunicar uma música, desde os vídeos à arte gráfica, etc, têm sempre um peso muito relevante na forma como a música chega a quem a ouve/vê. Todo o trabalho feito com os Casota Collective acaba por criar uma grande unidade em todos os momentos visuais e, consequentemente, nas próprias canções.
Podes explicar em algumas palavras o conceito/ideia por detrás do vídeo do Por arrasto?
A música reflecte sobre como o mundo acontece em permanência, enquanto o ser humano vive refém das suas emoções e medos, tendo muitas vezes de recomeçar e reinventar-se. Um dia li que todas as nossas emoções se podem descrever com base em quatro emoções básicas: alegria, medo, tristeza e raiva. Num género de montra congelada dessas emoções surgiu este vídeo, recriando um lugar imaginário onde guardamos a primeira vez que sentimos cada uma das quatro.
O que podemos esperar do teu lançamento em Setembro?
Pergunta difícil. Vou responder da maneira que consigo, podemos esperar um disco novo. O resto têm de ser as pessoas a responder.