Festival Walk&Talk realiza edição “9.5” em Julho com eventos presenciais e online

Com a 10.ª edição adiada para 2021, o festival de artes vai, entre os dias 9 e 19 de Julho, realizar a iniciativa “9.5”, que pretende ensaiar “circuitos alternativos de interacção e afectos”.

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O filme "Mistérios Negros", de Pedro Lino, foi exibido na piscina do Parque Terra Nostra, em 2019 Walk&Talk

“O Walk&Talk vai transitar entre lugares, propondo novos mapeamentos e ensaiando circuitos alternativos de interacção e afectos. Será um teste à forma como continuamos a mover ideias entre lugares e o primeiro momento de uma conversa sobre comunalidade que vamos desenvolver até à 10.ª edição”, explica, em comunicado, a direcção artística do festival. Entre as apresentações e actividades presenciais, em São Miguel, e aquelas que acontecerão online, de 9 a 19 de Julho, a mostra “9.5” irá “explorar plataformas emergentes e novos formatos de criação e apresentação artística”.

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“O Walk&Talk vai transitar entre lugares, propondo novos mapeamentos e ensaiando circuitos alternativos de interacção e afectos. Será um teste à forma como continuamos a mover ideias entre lugares e o primeiro momento de uma conversa sobre comunalidade que vamos desenvolver até à 10.ª edição”, explica, em comunicado, a direcção artística do festival. Entre as apresentações e actividades presenciais, em São Miguel, e aquelas que acontecerão online, de 9 a 19 de Julho, a mostra “9.5” irá “explorar plataformas emergentes e novos formatos de criação e apresentação artística”.

Para esta iniciativa, que surge das restrições provocadas pelo novo coronavírus a que muitas associações culturais têm tido de responder, estará disponível na plataforma digital um conjunto de conteúdos inéditos, que “serão apresentados em estreia ao longo do festival e permanecerão acessíveis ao público após o evento”. O objectivo é construir “um arquivo intemporal que permita reflectir sobre a produção artística no momento actual e apoiar a preparação da 10.ª edição do Walk&Talk em 2021, que se antevê que aconteça num contexto de renovada colaboração e proximidade social”.

Apesar das alterações no formato, a direcção optou por conservar a estrutura do festival, mantendo o Circuito Performativo, dedicado a projectos de música, dança e performance, o Circuito Conhecimento, com conversas em formato podcast, a Summer School, dedicada aos jovens da região, e o Circuito Ilha, que incluirá apresentações de instalações, exibições de vídeos e distribuição de mail art em vários locais de São Miguel. Será ainda lançada a “Rádio 9.5”, com transmissão FM e online, para fazer chegar a todo o arquipélago, “e ao resto do mundo”, uma programação diária composta por “novas propostas artísticas”.

As questões relacionadas com a comunalidade têm sido trabalhadas pela organização “regularmente nos últimos anos”, explica Jesse James, co-director artístico do Walk&Talk, ao PÚBLICO. Neste momento em que as relações interpessoais atravessam um comprido e incerto processo de transfiguração, “fez ainda mais sentido” que essas reflexões da equipa passassem para a veia desta “nona mostra e meia”. “Como é que, neste cenário, podíamos continuar próximos das pessoas e das comunidades que interagem com o festival? Como é que ultrapassamos barreiras e criamos uma sensação de proximidade? Sinto que é dessa sensação que precisamos”, explica.

Esta linha de pensamento também chega “àquilo que significa estarmos no espaço público”, continua o programador. “Como é que o criamos, de que maneiras conseguimos estimular um crescimento contínuo para que ele possa sempre incluir um cruzamento de vozes nessa discussão conjunta? Como é que se cria uma linguagem que possa ter um entendimento universal? É um processo muito difícil, com diversas etapas, e envolve muitas partes activas”, assinala o responsável do festival. “Daí a importância”, frisa, de “assumirmos uma perspectiva de horizontalidade, em que existem partilhas de influências e do poder de decisão”.

No meio da crise pandémica que possibilita “espaços de exploração”, a organização encara a mistura do on-site (presencial) com o online como uma possibilidade de “reinvenção dos mecanismos de fruição das artes”. “Não queremos que um formato substitua violentamente e irreflectidamente o outro”, salienta Jesse James. “Acima de tudo, pretendemos testar caminhos e explorar hipóteses. Gostávamos que o digital e o físico vivessem num regime de co-dependência, um pode potenciar o outro.”

Pela edição “9.5” do festival de artes passam artistas como Abbas Akhavan, Alice dos Reis, Atelier Brum + Atelier Caldeiras, Diogo Lima, Margarida Fragueiro, Nádia Belerique, Pedro Maia, Sofia Caetano e Elliot Sheedy, entre outros. Questionado esta quarta-feira pela agência Lusa, o presidente do Governo Regional dos Açores não adiantou se serão aplicadas nos Açores as medidas de segurança avançadas na terça-feira pelo Ministério da Cultura para as salas de espectáculos e as actuações ao ar livre. A região mantém seis casos activos de infecção pelo novo coronavírus (cinco em São Miguel e um no Pico). com Lusa.