Confirmada existência de planeta que orbita estrela mais próxima do sistema solar
Uma equipa composta por investigadores do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço confirmou a existência do exoplaneta Próxima b, que orbita a Próxima do Centauro, a estrela mais perto de nós.
Uma equipa internacional, composta por vários investigadores do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA), conseguiu, através do espectrógrafo Espresso, confirmar a existência do planeta que orbita a estrela mais próxima do nosso sistema solar, foi anunciado esta terça-feira.
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Uma equipa internacional, composta por vários investigadores do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA), conseguiu, através do espectrógrafo Espresso, confirmar a existência do planeta que orbita a estrela mais próxima do nosso sistema solar, foi anunciado esta terça-feira.
Em comunicado, o IA avança que o estudo, aceite para publicação na revista científica Astronomy & Astrophysics, confirmou a “existência do exoplaneta Próxima b”, considerado pelos investigadores a “exo-Terra mais próxima do nosso sistema solar”.
Este exoplaneta, que “parecia ter massa semelhante à da Terra” e estaria dentro da “chamada zona de habitabilidade da sua estrela-mãe”, foi detectado pelo espectrógrafo HARPS há cerca de quatro anos.
A confirmação deste exoplaneta só foi possível agora graças ao “poder colector” do Very Large Telescope (VLT), que o Observatório Europeu do Sul (ESO) tem no Chile, em combinação com a resolução e precisão do Espresso. Este instrumento de alta resolução foi concebido para procurar planetas parecidos com a Terra, capazes de suportar vida.
“Os dados obtidos têm uma precisão de cerca de 30 centímetros por segundo e demonstram que o Espresso tem capacidade para detectar planetas com a massa da Terra e até inferior”, salienta o instituto português.
João Faria, um dos investigadores do IA responsáveis pela análise dos dados recolhidos, refere que o espectrógrafo Espresso permitiu, “de forma independente”, confirmar “a presença do planeta a orbitar a Próxima do Centauro, a estrela mais próxima de nós”.
“A análise dos dados ajudou-nos a desenvolver novas técnicas para detectar planetas de pequena massa. Estas técnicas estão agora a ser aplicadas a outras estrelas, mais parecidas com o Sol, à procura de planetas como a Terra”, avança o investigador, citado no comunicado.
Também Nuno Cardoso Santos, investigador do IA e professor na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, salienta que os resultados demonstram “o potencial do Espresso para detectar outras Terras no Universo”. “Nos próximos meses vamos certamente ver mais resultados extraordinários”, garante.
Para Pedro Figueira, também investigador do IA, este é o “primeiro resultado científico que faz uso da precisão em velocidades radiais do espectrógrafo Espresso”, adiantando que os dados obtidos mostram “o futuro brilhante” do instrumento.
Além do exoplaneta Próxima b, a equipa de investigadores encontrou também indícios de um “segundo sinal nos dados”. No entanto, a origem ainda não foi identificada.