Covid-19: sistema de saúde chileno “está muito perto do limite”, diz Piñera
A capital do Chile, Santiago, é o principal foco de contágio do país e está sob uma rigorosa quarentena. População dos bairros mais pobres tem saído à rua para protestar contra a desigualdade económica no país.
O presidente do Chile, Sebastián Piñera, alertou que o sistema de saúde chileno “está sob muita pressão”, com os hospitais do país “muito perto do limite”, numa altura em que o país ultrapassou os 69 mil de casos de covid-19, com 718 mortos confirmados. Nas últimas 24 horas, o país viu o número de casos detectados aumentar em 3709, com mais de mil pessoas hospitalizadas devido aos efeitos da doença.
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O presidente do Chile, Sebastián Piñera, alertou que o sistema de saúde chileno “está sob muita pressão”, com os hospitais do país “muito perto do limite”, numa altura em que o país ultrapassou os 69 mil de casos de covid-19, com 718 mortos confirmados. Nas últimas 24 horas, o país viu o número de casos detectados aumentar em 3709, com mais de mil pessoas hospitalizadas devido aos efeitos da doença.
“Estamos muito perto do limite, porque tivemos um enorme aumento na necessidade e na procura por atendimento médico, por camas em unidades de cuidados intensivos e por ventiladores”, afirmou Piñera, no domingo, durante uma visita a um hospital em Santiago.
Na última semana, a América Latina tornou-se um dos principais epicentros da pandemia de covid-19. Em termos de casos confirmados na região, o Chile surge apenas atrás de Brasil, México e Peru.
Um terço da população chilena está em quarentena obrigatória, sendo que a capital, Santiago, é o actual centro da pandemia no país e está sob medidas apertadas de confinamento. No entanto, a última semana ficou marcada pelo regresso dos protestos ao país, tendo sido registados confrontos entre manifestantes, que quebraram a quarentena para protestar contra a profunda desigualdade económica no país, e a polícia.
Em vários municípios pobres de Santiago, como La Pintana ou El Bosque, a população tem saído à rua para protestar contra o Governo conservador de Piñera, exigindo alimentos e melhores condições de vida. “Preferimos morrer de coronavírus do que de fome”, gritaram os manifestantes, segundo o relato do El País.
“É necessário ter presente que ainda permanece um processo inacabado de explosão social e é preciso atender à dimensão do mal-estar que continua presente de maneira muito significativa na sociedade chilena”, afirmou ao mesmo jornal espanhol Marcela Ríos, representante do Chile no Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.
Com a pandemia, os protestos contra Piñera abrandaram, mas os problemas persistem. No primeiro trimestre do ano, o desemprego situou-se nos 8,2%, com as autoridades a admitirem que possa chegar aos 18%, um valor que não é verificado desde os anos de 1980, quando o país era governado pelo ditador Augusto Pinochet.
Para responder à crise, o Governo de Piñera anunciou uma ajuda económica num valor equivalente a 6,9% do PIB. Entre as medidas anunciadas, contempla-se o pagamento de um rendimento de emergência, com a duração de três meses, que irá abranger cerca de 4.5 milhões de chilenos. O Governo anunciou ainda créditos para as pequenas empresas e, desde a passada sexta-feira, começou a distribuir cabazes alimentares às famílias mais carenciadas.