Banhistas começam a regressar às praias algarvias e tentam manter-se seguros

Com o termómetro a marcar os 30ºC e após o confinamento social imposto pela pandemia, uma ia à praia é encarada como o regresso possível à normalidade e um escape para os filhos, há várias semanas fechados em casa.

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Banhistas em Albufeira, a 17 de Maio LUSA/LUÍS FORRA

Os banhistas começam a regressar às praias algarvias ansiosos por uma escapadela ao ar livre após o confinamento, mas ainda se revelam receosos com a convivência em grupo.

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Os banhistas começam a regressar às praias algarvias ansiosos por uma escapadela ao ar livre após o confinamento, mas ainda se revelam receosos com a convivência em grupo.

Com o termómetro a marcar os 30ºC e após o confinamento social imposto pela pandemia de covid-19, uma ia à praia é encarada como o regresso possível à normalidade e um escape para os filhos, há várias semanas fechados em casa.

“Já viemos ontem à tarde e pareceu-nos seguro, por isso voltámos hoje de manhã”, revela à Lusa Tânia Rodrigues, acabada de chegar com a filha, a avó, o irmão e a sobrinha à Praia de Quarteira, no concelho de Loulé.

Desde 10 de Março que a filha “não saía de casa” e o vasto areal permite o espaçamento de pelo menos 3 metros entre chapéus ou toalhas, entre as centenas de pessoas que decidiram aproveitar a manhã de domingo para uma ida à praia.

Tânia e o irmão, Daniel, revelam que na tarde de sábado decidiram ir à Praia da Falésia, perto de Vilamoura, onde “havia grupos de adolescentes com as geleiras carregadas de bebida”, e onde sentiram que o distanciamento e as normais de segurança “não estavam a ser cumpridas”. 

A época balnear apenas deve ter início no Algarve a 6 de Junho, mas a água torna-se irresistível para que pequenos e graúdos fiquem apenas pela areia. Foi o que fizeram os filhos de Miguel e Marta, residentes no concelho de Loulé, a cumprir “o segundo dia de praia depois do confinamento”.

À Lusa revelam que, entre o teletrabalho dos dois e a telescola do mais velho, “restava apenas tempo para uma caminhada ao final do dia” e que o desconfinamento “veio em bom tempo” permitindo ao miúdos libertar alguma energia.

Marta sublinha que tentam cumprir “ao máximo as regras de segurança” e que até as crianças, que “facilmente brincam umas com as outras”, deixaram de o fazer. “Até haver uma vacina, vamos todos ter de ter mais cuidado”, frisa.

A alguns quilómetros de distância na Praia da Falésia, já no concelho de Albufeira, a maré baixa de domingo de manhã brinda os banhistas com mais duas dezenas de metros de areia para umas caminhadas e as habituais brincadeiras à beira mar.

Mas é debaixo do guarda-sol que a Lusa encontra os casais Pinho - de Aveiro - e Martins da Silva - do Barreiro -, todos já reformados, a colocar a conversa em dia num fim-de-semana de descanso no Algarve.

Sem máscaras colocadas mantêm a distância social: “Mais fácil aqui na praia que ontem no restaurante”, gracejam. Mas alertam: “Na água é já outra coisa”. Um rápido olhar para as várias centenas de metros de costa é fácil atestar a afirmação, com alguns banhistas na água a praticamente um metro de distância.

Os quatro assumem que estes dias de descanso são “um regresso possível à normalidade”, depois de semanas de confinamento em casa, e que procuram cumprir as regras definidas pelas autoridades. “As máscaras voltam para a cara no caminho até ao carro”, afirmam quase em uníssono.

Contactado pela Lusa, o comandante da Zona Marítima do Sul afirmou que a Policia Marítima “está a efectuar acções de sensibilização e informação”, não só das normas de saúde pública, mas também da segurança dos banhistas.

Rocha Pacheco sublinhou que “a época balnear ainda não abriu”, logo “não há vigilância por nadadores salvadores”. Assim é feita diariamente por mar “com elementos das estações salva vidas, sendo reforçada consoante a meteorologia” como aconteceu este fim-de-semana.