Elogios antes do almoço: Marcelo saúda Rio e Rio equipara-se a Marcelo

Presidenciais não são prioridade dos portugueses, insistiu Marcelo Rebelo de Sousa.

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Marcelo Rebelo de Sousa e Rui Rio almoçam em Ovar LUSA/JOSÉ COELHO

Marcelo Rebelo de Sousa e Rui Rio combinaram almoçar juntos nesta sexta-feira, em Ovar, mas antes do encontro os dois já estavam a trocar palavras públicas de elogio. “Exemplar”, começou o Presidente da República para descrever a actuação de Rio na oposição. O líder do PSD agradeceu e retribuiu, lembrando que também não terá sido fácil para Marcelo, quando presidiu ao partido, “abster-se nos Orçamentos do PS para moeda única”.

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Marcelo Rebelo de Sousa e Rui Rio combinaram almoçar juntos nesta sexta-feira, em Ovar, mas antes do encontro os dois já estavam a trocar palavras públicas de elogio. “Exemplar”, começou o Presidente da República para descrever a actuação de Rio na oposição. O líder do PSD agradeceu e retribuiu, lembrando que também não terá sido fácil para Marcelo, quando presidiu ao partido, “abster-se nos Orçamentos do PS para moeda única”.

“Foi reconhecido cá dentro e lá fora”, sublinhou Marcelo Rebelo de Sousa sobre a oposição responsável que Rio levou a cabo, revelando que o Presidente da República recebeu “os telegramas diplomáticos” e pôde testemunhar que países europeus e não europeus reconheceram o “facto singular” de o líder da oposição “colocar o interesse nacional acima do partidário” antes e depois do estado de emergência.

Fê-lo, dizendo-o abertamente. Isso deu uma força ao país que não se imagina. Foi um exemplo”, acrescentou Marcelo Rebelo de Sousa, explicando que não há nada mais difícil do que ser líder da oposição. “É mais difícil do que ser primeiro-ministro.

Depois de Marcelo, foi a vez de Rio falar. O presidente do PSD disse “agradecer as palavras do senhor Presidente da República do que foi a actuação do PSD ao longo do período mais pesado da crise” e “retribuir que aquando líder da oposição também não foi fácil abster-se nos Orçamentos do PS para moeda única”. “Há momentos na história em que é importante relegarmos mesmo para último plano o que são os interesses partidários”, disse. E sublinhou a necessidade de dar prioridade ao interesse público. 

Antes, o chefe de Estado tinha elogiado a postura de Rui Rio durante esta crise no apoio ao Governo, apesar de ser líder da oposição. Questionado sobre se desejaria estar também com o Governo em Ovar (esta tarde), onde Marcelo e Rio almoçaram, o líder do PSD disse que “esta tarde é uma coisa diferente”. “Não nos vamos misturar e nem António Costa é do PSD”. 

Questionado sobre as presidenciais, Rio disse que o tema não foi abordado e que o almoço não tem agenda fixa. Além disso, desvalorizou que fique para trás no calendário das presidenciais a não assumir já o apoio a uma possível recandidatura de Marcelo Rebelo de Sousa a um segundo mandato.

O líder do PSD defendeu ainda que a economia portuguesa “não aguenta da mesma maneira” uma segunda onda da pandemia. “Se [o desconfinamento] for em exagero pode ser perigoso, não no imediato, mas em Outubro ou Novembro. Temos de ser contidos para não termos uma nova vaga em Outubro e Novembro que não pode ser respondida na mesma maneira porque a economia portuguesa não aguenta”.

Mais uma vez, Marcelo Rebelo de Sousa despachou o assunto “presidenciais” com o argumento que tem usado nos últimos dias: “Neste momento, isto não é o que preocupa os portugueses”.

Igualmente questionado pelos jornalistas sobre se o tema iria estar em cima da mesa do almoço com o líder do Rui Rio, o Presidente da República respondeu que “seria um desperdício”. “Hoje vamos falar do que é urgente e prioritário” e as prioridades são outras, sublinhou.

“Vida, saúde, emprego e salários, por esta ordem, é que são as prioridades dos portugueses”. Vai ou não haver um segundo surto no Outono? Está assegurada a nossa segurança? E depois, o emprego e os salários: como vão ser os próximos tempos? “Essas é que são as questões que preocupam os portugueses”, sublinhou Marcelo.