Catarina Martins defende que se oiça o país na resposta à crise

Bloco de Esquerda reúne-se com Governo na segunda-feira sobre propostas para a retoma económica.

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Catarina Martins visitou cantina em Lisboa LUSA/MÁRIO CRUZ

A coordenadora do BE, Catarina Martins, defendeu esta sexta-feira que “é preciso ouvir o país”, ter solidariedade e empatia na construção das respostas à crise, assegurando que nas negociações mais complicadas nunca “faltaram nervos de aço” aos bloquistas.

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A coordenadora do BE, Catarina Martins, defendeu esta sexta-feira que “é preciso ouvir o país”, ter solidariedade e empatia na construção das respostas à crise, assegurando que nas negociações mais complicadas nunca “faltaram nervos de aço” aos bloquistas.

Em declarações aos jornalistas no final de uma visita a uma cantina escolar que, com o encerramento das escolas, passou a confeccionar comida para distribuir a quem foi afectado pela crise, Catarina Martins foi questionada sobre as notícias que deram conta de que o líder do PS, António Costa, na comissão política da última noite, pediu "nervos de aço” aos socialistas na fase da retoma.

“As pessoas conhecem o Bloco de Esquerda e sabem que nos momentos mais difíceis nunca nos faltaram nervos de aço. Já tivemos muitas negociações complicadas. O que eu queria dizer é que mais do que pensarmos, naturalmente, nos projectos diferentes e nas dificuldades negociais, olharmos para o país”, defendeu.

A líder do BE citou precisamente aquilo que a responsável por esta resposta social de distribuição de alimentos da Câmara de Lisboa, Ana Leal, lhe transmitiu, ou seja, que “está a aprender todos os dias, com a crise, a alterar a resposta”.

“Aqui há uma coisa muito importante que é ouvir o país e ter empatia, compreender que esta crise afectou qualquer pessoa. Qualquer um de nós pode ser afectado com esta violência por esta crise”, sustentou.

Para Catarina Martins, em todas as respostas à crise que forem construídas, “é preciso ouvir o país, ter uma solidariedade e ter uma empatia necessária”.

É precisamente esta resposta à crise que vai estar em cima da mesa na reunião do Bloco de Esquerda com o Governo, marcada já para segunda-feira, e anunciada precisamente pelo primeiro-ministro, António Costa, no último debate quinzenal, que explicou então que ia ouvir os partidos na próxima semana sobre o orçamento suplementar.

Fizemos um grande trabalho de levantamento de medidas e seguramente vamos ouvir os projectos do Governo, mas levaremos também medidas que Bloco de Esquerda tem estado a desenhar ao longo deste tempo, com os diversos sectores e com as pessoas que estão no terreno”, adiantou.

Na perspectiva da líder bloquista, “têm de ser respostas baseadas nas necessidades do país e dirigidas pela absoluta urgência de garantir a dignidade a todas as pessoas que trabalham neste país, reconstruir a economia, o emprego e o salário”.

“Nós temos estado a ouvir o país, temos feito muitas reuniões, com muitos sectores, temos estado atentos ao que tem acontecido, visto o problema da crise social, da crise económica aumentar também”, referiu.