Trabalhadores da TAP ficam mais um mês em layoff
Companha aérea recorreu, em 2 de Abril, ao programa de layoff simplificado. Hoje anunciou a segunda renovação, até final Junho
O conselho de administração da TAP decidiu voltar a prolongar o período de layoff dos trabalhadores até final de Junho, justificando com as restrições à mobilidade e a operação reduzida prevista para o próximo mês.
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O conselho de administração da TAP decidiu voltar a prolongar o período de layoff dos trabalhadores até final de Junho, justificando com as restrições à mobilidade e a operação reduzida prevista para o próximo mês.
“Tendo em consideração a evolução das restrições à mobilidade das pessoas definida, a cada momento pelas autoridades governamentais dos países onde a TAP opera, e os ténues sinais da procura, a operação planeada para Junho permanece muito reduzida. Deste modo, verifica-se que as condições que determinaram o recurso ao programa de layoff simplificado […] não se alteraram significativamente, pelo que informamos da prorrogação do período de layoff por um período suplementar de 30 dias”, lê-se na informação enviada pela companhia aérea aos trabalhadores, a que a Lusa teve acesso. A informação foi igualmente veiculada ao mercado em comunicado.
A empresa acrescenta que todos os funcionários serão informados individualmente sobre a “modalidade que lhes será aplicada” na prorrogação do layoff e que “tudo fará para proteger os empregos, a saúde e a segurança da família TAP”, assim como “a recuperação, a sustentabilidade e o futuro da companhia”.
A TAP recorreu, em 2 de Abril, ao programa de layoff simplificado, disponibilizado pelo Governo como uma das medidas de apoio às empresas que sofrem os efeitos da pandemia de covid-19, tendo-o posteriormente prolongado até 31 de Maio. Assim, a prorrogação hoje anunciada é a segunda.
A TAP está numa situação financeira agravada desde o início da crise provocada pela pandemia de covi-19, com a operação paralisada quase na totalidade, sendo debatida uma intervenção do Estado na empresa.
Esta terça-feira, no Parlamento, o ministro das Infraestruturas e Habitação disse que o Estado português iria partir para uma negociação sem “excluir nenhum cenário”, inclusivamente “o da própria insolvência da empresa, porque obviamente o Estado não pode estar capturado, algemado numa negociação com privados”.
Pedro Nuno Santos afirmou também que é preciso, em primeiro lugar, clarificar com o accionista privado qual é a sua disponibilidade para acompanhar a intervenção pública, questão à qual, segundo disse o ministro na altura, a TAP ainda não respondeu.
No dia 13 de Maio, o secretário de Estado do Tesouro, Álvaro Novo, disse que o Governo espera ter uma decisão sobre a injecção de dinheiro na TAP em meados de Junho, esperando que haja uma melhor “fundamentação técnica” do pedido de auxílio da companhia aérea ao Estado até ao final do mês.
O ministro das Finanças, Mário Centeno, defendeu em 12 de Maio que uma injecção repartida entre o accionista privado e o Estado seria “a forma mais tranquila de conversar” sobre uma capitalização da TAP.
O primeiro-ministro, António Costa, por seu turno, assegurou no início de Maio que só haverá apoio à TAP com “mais controlo e uma relação de poderes adequada”, mas disse que a transportadora aérea continuará a “voar com as cores de Portugal”.