A revisitação ficcional de certos momentos e episódios históricos aparenta ser a “zona de conforto” do escritor e cineasta francês Éric Vuillard (n. 1968). Era assim em A Ordem do Dia, premiado com o Goncourt em 2017 e livro de estreia do autor em Portugal, no ano seguinte. É assim em A Guerra dos Pobres. Se, no primeiro caso, o momento histórico revisitado era o da ascensão e consolidação do nazismo na década de 1930, no segundo, Vuillard recua até à primeira metade do século XVI para falar das revoltas populares que então ocorreram em territórios que integram agora a Alemanha e a Suíça. Na verdade, e apesar do título heróico, seria mais exacto dizer que esta “narrativa” é uma biografia breve e romanceada de Thomas Müntzer (1490-1525), centrada no papel que este teólogo e pregador radical encarnou no início da Reforma protestante e na episódica liderança das referidas revoltas.
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A revisitação ficcional de certos momentos e episódios históricos aparenta ser a “zona de conforto” do escritor e cineasta francês Éric Vuillard (n. 1968). Era assim em A Ordem do Dia, premiado com o Goncourt em 2017 e livro de estreia do autor em Portugal, no ano seguinte. É assim em A Guerra dos Pobres. Se, no primeiro caso, o momento histórico revisitado era o da ascensão e consolidação do nazismo na década de 1930, no segundo, Vuillard recua até à primeira metade do século XVI para falar das revoltas populares que então ocorreram em territórios que integram agora a Alemanha e a Suíça. Na verdade, e apesar do título heróico, seria mais exacto dizer que esta “narrativa” é uma biografia breve e romanceada de Thomas Müntzer (1490-1525), centrada no papel que este teólogo e pregador radical encarnou no início da Reforma protestante e na episódica liderança das referidas revoltas.