Covid-19. Oxford quer dez mil voluntários para conseguir vacina até ao Outono
Vacina desenvolvida no Reino Unido tem mais duas fases de testes clínicos pela frente.
A Universidade de Oxford, no Reino Unido, anunciou esta sexta-feira que está a recrutar 10.260 pessoas para ensaios clínicos da vacina que está a desenvolver. A primeira fase com humanos envolveu 160 pessoas saudáveis entre os 18 e os 55. As próximas duas fases serão realizadas com pessoas em dois grupos: crianças entre os cinco e os 12 anos e adultos com mais de 56.
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A Universidade de Oxford, no Reino Unido, anunciou esta sexta-feira que está a recrutar 10.260 pessoas para ensaios clínicos da vacina que está a desenvolver. A primeira fase com humanos envolveu 160 pessoas saudáveis entre os 18 e os 55. As próximas duas fases serão realizadas com pessoas em dois grupos: crianças entre os cinco e os 12 anos e adultos com mais de 56.
As próximas fases têm como objectivo perceber quão eficaz a vacina é contra a covid-19 e perceber que efeitos secundários poderão resultar. À BBC Radio 4, o director do Grupo de Vacinas da Universidade de Oxford mantém a esperança de que uma vacina possa estar pronta no Outono.
No entanto, Andrew Pollard admitiu que os resultados possam demorar vários meses. “É muito difícil de saber exactamente quando teremos provas de que a vacina está pronta porque precisamos dentro da nossa população de dez mil pessoas para termos pessoas suficientes que tenham estado expostas ao vírus”, apontou.
A segunda fase dos testes clínicos, diz um comunicado do grupo da Universidade de Oxford, visa “avaliar a resposta imunitária à vacina em pessoas de diferentes idades, para descobrir se há variação na resposta do sistema imunitário em pessoas idosas ou crianças”. Já a terceira fase excluirá crianças e procurará perceber até que ponto a vacina é eficaz em grandes grupos de pessoas, além de tentar analisar possíveis efeitos secundários.
Serão analisadas duas vacinas. A ChAdOx1 nCoV-19, conhecida de forma abreviada por AZD1222. Esta está a ser desenvolvida em Oxford a partir do vírus ChAdOx1, uma versão geneticamente alterada do vírus da constipação comum, de forma a não se reproduzir em humanos. A outra vacina a ser testada, a MenACWY, já está autorizada e serve para criar resultados comparativos.
Durante os testes, será dada prioridade a profissionais de saúde ou outras profissões em que haja grande contacto com pessoas, devido ao risco de exposição ao novo coronavírus.
Uma corrida à cura que vale milhões
O desenvolvido da vacina pela Universidade de Oxford é partilhado com a farmacêutica AstraZeneca, que na quinta-feira já tinha acordado uma factura choruda pela potencial vacina. A empresa anunciou que já existiam acordos para distribuir 400 milhões de doses.
Dessas, 300 milhões de doses serão vendidas aos Estados Unidos por 1,2 mil milhões de euros. A compra faz parte de uma estratégia do Governo americano de assegurar acesso facilitado a uma eventual vacina.
A semana abriu também com o anúncio da farmacêutica Moderna, que afirmou ter resultados preliminares de ensaios clínicos de uma vacina contra a covid-19 muito positivos. Segundo a farmacêutica, oito pessoas saudáveis produziram anticorpos contra o coronavírus depois de terem tomado a vacina.
Nesse mesmo dia, as acções da empresa subiram mais de 25% em Wall Street, apesar de muitas incertezas quanto aos resultados.
Texto editado por Pedro Rios