Requerentes de asilo transferidos para Santa Margarida recusaram-se a sair do autocarro

Grupo de 32 migrantes infectactos com covid-19 foi transferido da Ota na quarta-feira à noite para a Unidade Militar de Santa Margarida, em Constância, mas acabaram por passar a noite na viatura que os transportou. Impasse já está ultrapassado.

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LUSA/CARLOS BARROSO

O grupo de 32 migrantes que foi transferido da Base Aérea da Ota para o Campo Militar de Santa Margarida protagonizou durante toda a noite um braço de ferro com as autoridades, apurou o PÚBLICO. Os requerentes de asilo que foram infectados com covid-19 num hostel de Lisboa terão sido surpreendidos com a transferência para outra base militar e recusaram-se a sair do autocarro que os transportou para Santa Margarida.

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O grupo de 32 migrantes que foi transferido da Base Aérea da Ota para o Campo Militar de Santa Margarida protagonizou durante toda a noite um braço de ferro com as autoridades, apurou o PÚBLICO. Os requerentes de asilo que foram infectados com covid-19 num hostel de Lisboa terão sido surpreendidos com a transferência para outra base militar e recusaram-se a sair do autocarro que os transportou para Santa Margarida.

“Houve algumas hesitações devido à dificuldade de as pessoas entenderem que teriam de continuar em confinamento, pensavam que poderiam ficar já noutro contexto, mas como testaram positivo, vão ter de continuar em isolamento e o contexto militar é importante para a sua segurança”, afirmou ao PÚBLICO fonte do gabinete da secretária de Estado para a Integração e Migrações.

O impasse, que durou toda a noite, só acabou por ser resolvido ao fim da manhã, depois da intervenção de mediadores, tradutores e psicólogos que acompanharam a operação, segundo a mesma fonte.

Ao que foi possível apurar, houve alguns momentos de tensão, uma vez que os migrantes, retidos por iniciativa própria dentro da viatura, chegaram a urinar para dentro de sacos plásticos que depois atiraram pela janela, em direcção aos militares. 

A operação foi coordenada pela secretaria de Estado para a Integração e as Migrações, sendo o papel das Forças Armadas apenas de hospedeiro dos migrantes, cedendo instalações e alimentação. 

Em meados de Abril, 171 requerentes de asilo foram levados para a Ota depois de o hostel de Lisboa em que se encontravam alojados ter sido evacuado por detecção de casos positivos do novo coronavírus. De acordo com fonte oficial do município de Alenquer, contactada pela Lusa esta quinta-feira, já não há ninguém na Ota neste momento, face à necessidade de a Força Aérea de voltar a receber alunos e preparar o próximo ano lectivo.

Além das 32 pessoas levadas para Santa Margarida, numa operação que decorreu na quarta-feira ao final da tarde, as restantes regressaram a Lisboa e foram alojadas em dois locais diferentes. Todos os requerentes de asilo que voltaram à capital já têm testes negativos à covid-19. Ainda de acordo com a mesma fonte municipal de Alenquer, as pessoas foram divididas segundo as etnias e religiões a que pertencem.

O primeiro grupo de 58 migrantes foi transferido da Ota a 8 de Maio, seguindo-se um segundo, de 52, no dia 14. Com Lusa