Provisão “prudente” de 76 milhões leva resultados da Sonae para terreno negativo
Vendas consolidadas cresceram 7% no primeiro trimestre, apesar da paragem, em Março, de vários negócios. Retalho alimentar cresceu 14%.
Antecipando que os próximos meses “serão duros” e que “todos os negócios serão, de uma forma ou outra, materialmente impactados” pela pandemia de covid-19, a Sonae registou nas contas do primeiro trimestre uma provisão no montante de 76 milhões de euros, particularmente destinada a quebras dos negócios da Nos, da Sonae Fashion, da Worten e da Sonae Sierra. A provisão, criada por “razões de prudência”, segundo um comunicado da empresa, levou o resultado líquido atribuível a accionistas a valores negativos, no montante de 59 milhões de euros.
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Antecipando que os próximos meses “serão duros” e que “todos os negócios serão, de uma forma ou outra, materialmente impactados” pela pandemia de covid-19, a Sonae registou nas contas do primeiro trimestre uma provisão no montante de 76 milhões de euros, particularmente destinada a quebras dos negócios da Nos, da Sonae Fashion, da Worten e da Sonae Sierra. A provisão, criada por “razões de prudência”, segundo um comunicado da empresa, levou o resultado líquido atribuível a accionistas a valores negativos, no montante de 59 milhões de euros.
Sem a “almofada” criada, nomeadamente para stocks que possam não ser escoados ou o seu valor ficar abaixo do esperado, “o resultado líquido da Sonae estaria em linha com o ano anterior,”, ou seja, 18 milhões de euros, avança a empresa na apresentação dos resultados trimestrais, divulgados esta quarta-feira.
“O início do ano foi muito positivo para a Sonae, com todos os nossos negócios a apresentarem fortes níveis de crescimento e a melhorarem os seus níveis de rentabilidade até Fevereiro, demonstrando uma vez mais a solidez das nossas estratégias e propostas de valor”, destaca Cláudia Azevedo, presidente do grupo Sonae (proprietária do PÚBLICO).
Os primeiros dois meses explicam boa parte do crescimento de 7% das vendas do grupo, para 1.552 milhões de euros. O EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) subjacente aumentou 5% para 100 milhões de euros, numa base comparável.
“Em Março, a pandemia Covid-19 atingiu as nossas principais geografias e começámos a viver um desafio sem precedentes”, refere a CEO da Sonae, acrescentando que o actual contexto também “demonstra a qualidade e a resiliência do portefólio de activos” do grupo.
Naquele mês, cresceram as vendas da Sonae MC (retalho alimentar), mas o impacto foi negativo na Sonae Sierra, na Worten em Espanha e na Sonae Fashion, “visto terem sido forçados a suspender as suas operações desde meados do mês”.
A mensagem deixada por Cláudia Azevedo é de algum optimismo: “Em tempos difíceis para muitas empresas em todo o mundo, o portefólio diversificado de negócios líderes da Sonae oferece-nos a garantia de que iremos atravessar esta tempestade e sair dela mais fortes. Esta confiança é reforçada pela nossa abordagem conservadora em termos de alavancagem e financiamento, que nos permite enfrentar os próximos meses com os olhos postos no dia seguinte à crise”.
A redução da dívida ascendeu a 468 milhões de euros, ou 27,5%, para 1233 milhões de euros.
Nos principais negócios, destacou-se o crescimento, “sem precedentes”, das vendas da Sonae MC (14%). A Worten registou máximos históricos nas vendas online, com o volume total a ficar nos níveis do ano passado. Já o encerramento total das lojas da Sonae Fashion levou a uma queda de 49% das vendas em Março, parcialmente compensado com o aumento das vendas online. O volume de vendas do trimestre a cair 19%, para 78 milhões de euros.
Segundo a empresa, nos primeiros três meses do ano, o investimento realizado ascendeu a 60 milhões de euros e foram criados mais de dois mil empregos na Sonae MC. Os apoios à comunidade ultrapassaram um milhão de euros.