Wuhan proíbe consumo e criação de animais selvagens

Medida decretada pelo Governo municipal terá a duração de cinco anos.

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Mercado da cidade de Wuhan, China DR

A cidade onde teve origem a pandemia do novo coronavírus decidiu banir o consumo de animais selvagens, depois de vários pedidos feitos por entidades de saúde pública internacionais. A administração local de Wuhan, localidade na província chinesa de Hubei, decidiu oferecer subsídios aos produtores de animais, para exponenciar a eficácia na interrupção da criação de animais exóticos.

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A cidade onde teve origem a pandemia do novo coronavírus decidiu banir o consumo de animais selvagens, depois de vários pedidos feitos por entidades de saúde pública internacionais. A administração local de Wuhan, localidade na província chinesa de Hubei, decidiu oferecer subsídios aos produtores de animais, para exponenciar a eficácia na interrupção da criação de animais exóticos.

Esta proibição terá uma duração de cinco anos, de acordo com o documento publicado pelo Governo municipal da cidade chinesa. Toda a caça a animais selvagens também não será permitida na cidade.

Pensa-se que o novo coronavírus terá tido origem num animal selvagem consumido nesta cidade, apesar de os estudos não serem consensuais. As primeiras conclusões mostravam que teria sido o pangolim o hospedeiro intermediário do SARS-CoV-2, depois de ter sido encontrada uma estirpe de um vírus com 99% de semelhanças genéticas com o novo coronavírus.

Em Fevereiro, a China já tinha aplicado uma restrição temporária à criação e consumo de animais selvagens “com importância ecológica científica e social”, cedendo à pressão internacional num momento em que a pandemia se começava a espalhar pelos países europeus.

O responsável pela biodiversidade da Organização das Nações Unidas pediu, em Abril, que todos os mercados de animais que comercializassem vida selvagem fossem encerrados, de modo a prevenir eventuais pandemias futuras que possam ser incubadas nestes locais. A Organização Mundial da Saúde (OMS), porém, relembrou o papel que este tipo de mercados tem na sobrevivência de milhões de pessoas, na qualidade de fonte de alimentos. Peter Ben Embarek, o especialista em doenças de animais da OMS, disse que a solução deveria passar pela melhoria das condições destes espaços e não pelo encerramento.

A pandemia da covid-19 voltou a chamar a atenção para as doenças zoonóticas, que se transmitem de animais para humanos. Outras epidemias, como a da SARS, MERS e as do ébola, também estão relacionadas com zoonoses. E algumas delas podem estar relacionadas com a venda de animais selvagens em mercados.

A pandemia do novo coronavírus já infectou mais de 4,9 milhões (4.955.312) e matou 325.810 pessoas, de acordo com os dados da Universidade Johns Hopkins desta quarta-feira.